Neste domingo, 15 de novembro teremos as eleições municipais do ano de 2020, isso mesmo, o ano em que tudo mudou, inclusive boa parte do processo da disputa eleitoral, pois o corpo a corpo mudou para o mundo digital, o distanciamento social obrigou os candidatos a se adaptarem. Teremos mais de 153 milhões de eleitores indo às urnas para eleger seus prefeitos e vereadores, mas para isso terão que seguir uma série de restrições relacionadas ao distanciamento.
Mas o que pretendo falar aqui com vocês é sobre o uso da tecnologia neste processo eleitoral, como as campanhas digitais evoluíram, e as artimanhas que são utilizadas para informar e desinformar.
O secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Giuseppe Janino, em entrevista ao portal Brasil61.com, deu explicações sobre a importante mudança na infraestrutura da transmissão dos dados utilizada no processo eleitoral, pois anteriormente eles eram enviados para data centers regionais dos TREs, e a partir de agora serão transmitidos diretamente para o data center do TSE, é algo como se ao invés de acumular primeiro em grandes reservatórios locais e depois levar para o grande reservatório, tudo é enviado diretamente a partir de agora.
Outra informação importante que foi divulgada nesta entrevista é a forma que adotaram para lidar com informações suspeitas ou falsas (Fake News), pois como no Brasil temos um processo todo eletrônico, noticias que colocam em check a idoneidade deste processo são identificadas rapidamente, enviadas para empresas que analisam a veracidade das informações, e em pouco tempo já se inicia a propagação das informações corretas, uma espécie de contra-ataque.
Falando sobre as campanhas eleitorais, podemos dizer que muitos candidatos se reinventaram, fiz uma breve pesquisa para entender quais foram os principais meios tecnológicos utilizados, e encontramos o seguinte cenário: a) a grande maioria fez o simples, acionou sua rede de contatos pelo WhatsApp pedindo votos, explicando seus objetivos e tentando provar que é a escolha certa; b) em um próximo nível e ainda muito amador, muitos fizeram colagens com fotos pessoais e algum tipo de slogan da campanha, e enviaram também para seus contatos pedindo a colaboração, inclusive pediam apoio na divulgação, que encaminhasse-mos as mensagens; c) agora temos uma categoria que investiu um pouco mais, contratou empresas ou auxiliares para realizar o envio massivo de mensagens para todos os meios, incluindo WhatsApp, Telegram, e e-mails, com isso podemos dizer que aquele papelzinho com os dados do candidato (famoso santinho), ou aquele folheto com as propostas se transformou neste mar de mensagens, e que na maioria das vezes são indesejadas; d) por fim, o perfil mais profissional, fez Lives em redes sociais, videos animados para o Instagran, utiliza ferramentas de marketing para encontrar o perfil certo e impacta-lo. Bom, muitos recursos tecnológicos foram utilizados, mas o importante é avaliarmos o quanto isso tudo vai funcionar. Já vimos as lojas se reinventarem por meio da tecnologia, os cantores realizando seus shows on-line, e agora as campanhas politicas.
Para finalizar gostaria de comentar que a tecnologia também foi grande aliada, até podemos dizer que foi decisiva nas eleições americanas que acompanhamos nesta ultima semana, por lá os candidatos utilizam muito as redes sociais, com destaque para o Twitter, porem suas equipes utilizam todos os meios em busca de maior abrangência. Esta foi a eleição com o maior uso das redes sociais de todos os tempos (óbvio), podemos destacar o atual presidente Donald Trump, que tem em sua rede social pessoal 87 milhões de seguidores (assustador né?), e suas publicações provocam interações de milhões de pessoas, Joe Biden tem números menores, mas seu crescimento desde de janeiro deste ano foi incrível, com números assustadores também. Podemos dizer que suas campanhas atingiram seus eleitores utilizando a tecnologia como principal meio de comunicação.
Vamos aguardar as nossas eleições, que no aspecto de tecnologia da um banho nas grandes potencias.
Para terminar vou utilizar uma frase do Obi-Wan Kenobi, que devemos lembra-la neste domingo: Quem é mais tolo? O tolo, ou o tolo que o segue?