Na nossa última edição apresentamos alguns depoimentos de lideranças, presidentes partidários, vereadores, prefeito e ex-candidatos a respeito das Eleições 2020. As mudanças que ocorrerão no nosso sistema político-eleitoral, acarretadas pela Emenda Constitucional nº 97/2017, colocam muitas interrogações no processo. Entre as questões mais relevantes estão: aprovação pelo TSE da resolução que acaba com as Comissões Provisórias Partidárias. Isto significa que, para concorrer às próximas eleições, os partidos deverão ter seus Diretórios já constituídos, sob pena de ficarem fora da disputa; estão proibidas as Coligações nas eleições proporcionais e foi estabelecida a Cláusula de Desempenho, pela qual diversos partidos como PC do B, Rede, Patriota, PHS, PRP, PMN, PTC, PPL, DC, PRTB, PCB, PSTU e PCO não terão direito aos recursos financeiros do Fundo Partidário e ao tempo de Propaganda.
Com objetivo de trazer para nossos leitores a opinião de mais pessoas envolvidas no processo eleitoral, faltando um ano para as definições, perguntamos: Qual sua opinião, e o posicionamento do seu partido, a respeito das mudanças na legislação eleitoral?
“A maioria dos partidos em nossa cidade ainda não se atentou para as mudanças em nossa legislação eleitoral, como a proibição de coligações proporcionais e maior fiscalização das candidaturas, e isso vai derrubar do cavalo muita gente. Sinto na população de nossa cidade uma expectativa de novos ares na política, uma ‘oxigenação’ de ideias e estilos para comandar nossa cidade, mas com competência, propostas coerentes e responsabilidade. Não teremos espaço para ‘aventureiros’, não basta só criticar, temos que ter ideias e alternativas possíveis de serem concretizadas. O PTB de Batatais terá candidatura majoritária, com certeza!”, Antônio Claret Dal Picolo Júnior, ex-Vereador e Presidente do PTB.
“Com o fim das coligações, o futuro dos candidatos depende do eleitor consciente, que tem seu voto livre e independente das atuais amarrações. É também uma maneira de diminuir a fragmentação partidária no país. Os partidos deverão se estruturar com um grupo forte. Antes um indivíduo despido de conhecimento votava na Maria do partido X, mas no fim das contas o seu voto serviu para eleger a Olga do partido Y. Fugindo em tese da noção de representatividade, afinal, no íntimo do eleitor apenas a Maria poderia representá-lo. Acho que fica mais leal a disputa. É tudo muito novo ainda espero que essa mudança realmente venha para melhorar”, Gabriela Evangelista Arantes da Silva, do PT, candidata a Deputada Federal em 2018.
“Como presidente do MDB de Batatais, há mais de dois anos, tenho filiado várias pessoas que se colocam como pré-candidatas ao cargo de vereador para as Eleições de 2020, apenas faltam algumas mulheres para filiar. O MDB é um Partido estruturado e sairá com chapa completa. Acredito que com a proibição de colocações proporcionais ficará difícil para os partidos pequenos”, Luís Divulgado Lombardi, presidente do MDB ex-vereador.
“Eleições se avizinhando e mais uma vez novas regras para o pleito municipal, em especial aos vereadores, sendo o município o laboratório de experiências do Congresso Nacional. No meu singelo entendimento tais alterações irão desencadear uma importante mudança no comportamento dos políticos no município, pois, deverão tratar do assunto no dia a dia e não apenas de quatro em quatro anos. Digo isto porque cada partido agora deverá lançar seus candidatos em chapa única e, aí está o grande e primeiro problema a ser enfrentado. Sabe-se de longa data que muitos políticos e partidos se aproveitavam das coligações para alcançarem seus objetivos, sem nunca proporcionar um crescimento interno de sua legenda (particular). Nessas próximas eleições essa conduta necessariamente deverá ser abandonada, pois, sozinho será uma batalha quase que impossível de vencer. Outra alteração, que particularmente não acredito na sua implementação, é a divisão do Fundo Partidário. Sou militante da política algum tempo e, nunca presenciei tal fato, apenas ouço dizer que existe, porém, ansiosos esperamos, contudo reafirmo que tal medida me parece caviar. Por último e não menos importante digo que a tão sonhada reforma política realmente ainda não saiu, eis que o ideário do povo brasileiro ainda foi pautado pelos deputados e senadores, como é o caso emblemático da não reeleição, essa talvez seja a mais urgente delas”, Ronaldo Camargo, filiado ao PTB, candidato a vice-prefeito na última eleição.
“O PSDB tem a determinação estadual de que todos os Municípios terão candidatos a prefeito da sigla. O objetivo é eleger pelo menos 200 prefeitos em São Paulo no próximo ano. Atualmente 176 cidades são administradas pelo partido. A recondução do Bruno Covas, na Prefeitura da Capital é outra prioridade partidária. Dessa forma, vamos trabalhar para que o nosso partido, em nível local, esteja estruturado para ter a chapa completa. O momento é de reorganização e convidamos os interessados em participar da disputa para que venham conosco somar nessa tarefa que é sempre trabalhar por uma cidade melhor para todos”, Júlio do Sindicato Rural – Vereador pelo PSDB.
Achei saudáveis as mudanças na legislação para uma disputa mais leal. Antes existiam 30, 40 partidos participando, mas grande parte era legenda de aluguel, onde vendiam o apoio por puro interesse. Agora teremos a fidelização aos partidos que tem mais representatividade. Esperamos ainda que a partir da Reforma Política fiquem melhor definidas as regras, para acabar de vez com a moeda de troca no período eleitoral. O PTB vai participar da eleição com candidato cabeça de chapa, pois estamos muito insatisfeitos com a atual Gestão. É preciso remodelação, com uma gestão moderna, com pessoas educadas e gentis, que falem a verdade para o povo. Gestor que não eleja culpado, para justificar sua própria incompetência. Precisamos voltar a sorrir. Eduardo Oliveira – ex-prefeito.
“Já começam as movimentações visando às Eleições Municipais 2020, tenho visto algumas pessoas falarem a respeito, comentam sobre as mudanças na Lei Eleitoral, e logo vamos ver manifestações de pré-candidaturas. Acho isso salutar, pois é necessário que a população se envolva, nada de dizer que não quer ouvir falar de política, isso não vai resolver os problemas. As pessoas têm que se interessar, tem que participar. Quanto a minha pessoa, não estou filiada a nenhum partido político, participo e me interesso pelos problemas da nossa cidade, da região, e fico atenta às mudanças propostas pelo Governo Estadual e Federal. Espero a hora certa para decidir se vou participar do pleito Eleitoral 2020. Convites não faltam, mas, entendo que tudo tem o momento certo, o que não podemos é cruzar os braços e apenas tecer críticas sem fazer nada para melhorar. Nosso município é maravilhoso, cada gestor que passa faz alguma coisa dentro das possibilidades, e eu espero sempre colaborar para que nosso povo tenha orgulho de viver aqui. Se preciso for: ‘Mudar para Melhorar’”, Marta Regina Guidolin, candidata a Prefeita na Eleição de 2004, atualmente sem filiação partidária.
“Os partidos menores serão prejudicados. O fim das coligações proporcionais é mais uma maneira de reduzir o número de partidos efetivos no país. Agora os pequenos terão um grande obstáculo para sobreviver no sistema. Acredito que um único partido, dependendo da força do candidato a Prefeito, poderá fazer até 7 vereadores”, disse Ocimar dos Reis Oliveira – Vereador pelo PCdoB.