
Paulo Gonet, Procurador Geral da República, sela o destino de Jair Bolsonaro com denúncias robustas que servem para enquadrá-lo como um subversivo da democracia e enquanto tal, precisa ser responsabilizado.
Sem interpretação política, Gonet consolidou provas e organizou fatos de forma estritamente jurídica. Na Denúncia apresentada pelo procurador, Jair Bolsonaro e Braga Netto eram líderes de uma organização criminosa que visavam atentar contra o bem jurídico, a trama conspiratória armada seria executada contra as instituições democráticas, uma conjuração que se desenvolveu em fases, momentos e ações ao longo do tempo, delitos desenrolaram em cadeia de acontecimentos, tendo como objetivo manter Bolsonaro no poder, ou retornar pela força ameaçando a vontade popular das urnas.
Os crimes cometidos foram: Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Golpe de Estado, Liderança de Organização Criminosa Armada, Dano Qualificado pela Violência contra o Patrimônio da União, Deterioração do Patrimônio Tombado. Todos esses atos praticados contra a democracia fazem parte de um projeto autoritário de poder como pode confirmar as investigações onde foram encontrados manuscritos, arquivos digitais, planilhas e trocas de mensagens que revelavam a ruptura e o golpe.
A ideia para manter viva a conspirata era a falta de confiança nas urnas eletrônicas, replicar sistematicamente essa narrativa, qualquer resultado que lhe fosse desfavorável seria deslegitimado, se o outro triunfar, o uso da força se faz necessário. Palavras de ódio, perseguições e informações falsas eram difundidas, francamente manipuladas, mirabolantes. Depois de dirigir palavras viperinas ao Ministro Alexandre de Moraes em setembro de 2021, esculachou nosso sistema eleitoral em julho de 2022 junto aos embaixadores dizendo que as urnas tinham truques informáticos; também a Polícia Rodoviária Federal mapeou onde a oposição ia ganhar de forma expressiva e todo tipo de operação foi feita visando dificultar os eleitores, enquanto isso a acusação de fraude ia animando a militância.
E os famigerados acampamentos em frente aos quartéis pediam Golpe Militar, não reconhecendo de forma alguma o resultado das urnas, os influenciadores digitais iam mobilizando as massas para sensibilizar as Forças Armadas esperando que o Exército impusesse um regime de exceção.
Essa narrativa deturpada mantinha a militância apaixonada. Depois vem o apoio dos “Kids Pretos” elite das Forças Armadas que com a concordância de Bolsonaro montam um plano aterrador, matar Lula envenenado, Alckmin com explosivos e Alexandre de Moraes com armamento bélico, o sinistro “Punhal Verde Amarelo”, desistiram porque não conseguiram cooptar o Comandante do Exército.
Jair Bolsonaro autoridade suprema das Forças Armadas chama a cúpula expõe o planejamento do golpe de forma minuciosa para contar com total apoio, não recebe, a última esperança da organização criminosa passou a ser o 08-01-23, foi incentivada uma mobilização, já previamente acertada, desceram a avenida invadiram destruíram com total brutalidade a Praça dos Poderes deixando prejuízos de mais de R$ 20 milhões servindo-se de um sentimento degenerado de patriotismo. Gonet pavimentou o caminho para Bolsonaro, agora réu, se virar no STF. Ainda tem chão, mas o ex presidente já sente o gosto acre na boca.