/Diagnóstico do estudo sobre o Sistema de Abastecimento de Água de Batatais aponta: 52% da água captada é jogada fora

Diagnóstico do estudo sobre o Sistema de Abastecimento de Água de Batatais aponta: 52% da água captada é jogada fora

Foi realizada na quarta-feira, 4 de dezembro, no Teatro Municipal Fausto Bellini Degani, a Audiência Pública para apresentação do Diagnóstico Final do Estudo sobre o Sistema de Abastecimento de Água e Esgoto de Batatais, elaborado pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto, da USP – Universidade de São Paulo.
Na oportunidade, autoridades, técnicos, empresários, imprensa e população em geral puderam conhecer o estudo em detalhes e contribuir com sugestões e questionamentos.
Segundo o chefe de gabinete da Prefeitura, Orion Francisco Marques Riul Júnior, a questão da água é o maior problema que Batatais enfrenta já há muitas décadas e a cidade não tinha uma resposta técnica sobre o que realmente ocorre. O levantamento apontou uma perda de 52.14% da água fornecida, ou seja, mais da metade de toda a água que é captada é jogada fora. “É um primeiro passo muito importante, pois temos agora uma resposta sobre o que precisa ser feito. É um número muito assustador e vem da falta de investimentos de muitos anos. Nós tentamos compensar isso durante essa gestão do prefeito Juninho, com o maior aporte de recursos em água da história de Batatais, mas, mesmo assim, está muito longe do necessário. Está muito longe do que precisa ser feito pra gente conseguir equalizar o nosso sistema de abastecimento para atender as normas federais, que estão vigentes no Marco do Saneamento, que nos impõe que sejam cumpridas até 2033 e, também, principalmente, de fazer com que a água chegue na casa do cidadão”, destacou.
Atualmente o município tem um déficit financeiro grande no sistema de abastecimento de água, entre R$ 8 e R$ 9 milhões anuais, que é custeado pelos cofres públicos. A legislação não permite que isso se mantenha, dessa forma medidas devem ser tomadas para equacionar a questão da arrecadação até 2033. A conta nunca vai fechar, pois, para melhorar o abastecimento, é preciso de recursos que não são arrecadados pelo setor e também os orçamentos anuais do município não dispõe.


“São grandes investimentos nos próximos 7 anos e muito mais ao longo dos próximos 30 anos que necessitam ser feitos, considerando a projeção de crescimento populacional do município e a expansão da área urbana. Estamos falando de recursos da ordem de R$ 80 milhões em 7 anos e, aproximadamente, R$ 130 milhões nos próximos 30 anos”, informou Juninho Riul.
Os técnicos que apresentaram os estudos ressaltaram que é uma decisão importante que deverá ser tomada pela gestão pública municipal, pois é difícil o município conseguir os R$ 80 milhões necessários para essa primeira etapa e fazer essa aplicação em tão breve período. “Normalmente quando você tem um parceiro privado consegue alargar a condição de recuperação desses investimentos num período maior de contrato, mas aí agora é uma decisão política administrativa que o prefeito, com o apoio da sociedade, deve tomar para buscar a melhor solução”, ressaltou Cesar Augusto Arenhart – Engenheiro Sanitarista, especialista em Desenvolvimento Urbano e Gestão Ambiental.
O prefeito Juninho Gaspar, em entrevista concedida a Rádio Difusora, fez questão de dizer que o tema começa a ser debatido a partir de agora com a apresentação do diagnóstico, onde, de forma democrática, estará discutindo com a sociedade o caminho a ser trilhado. “Batatais tem agora um estudo sério e abrangente sobre a questão da água. A cidade possui redes antigas e um parque tecnológico muito defasado. Existem várias perguntas que precisaremos de respostas: vamos continuar com o município tocando a água? É viável realizar financiamentos para arcar com as melhorias necessárias? Vamos conseguir buscar os recursos em outras esferas de governo na proporção que precisamos? Concessão é o melhor caminho? O que fazer, com responsabilidade, para não onerar os cidadãos? De fato, teremos que tomar a melhor decisão possível para acabar com os problemas no abastecimento de água. É um grande desafio a ser enfrentado”, disse o prefeito.
Vale ressaltar que, pela legislação vigente, independente de qualquer decisão, se até 2033 o sistema de abastecimento de água de nossa cidade não for autossuficiente, e as perdas não forem reduzidas para 25%, o município perde a gestão do sistema que vai ser regionalizado pelo estado. Os blocos regionais já foram definidos e a agência reguladora criada.