Nesse ano não teremos Festas Juninas, uma das mais tradicionais em nosso país. Também não teremos o Forró da lua Cheia em nossa vizinha Altinópolis, todo ano lotada de batataenses, se divertindo ou trabalhando. Nossa Festa do Leite vai ficar na memória, pelo menos até o ano que vem, um evento que movimenta a cidade, social e economicamente. Provavelmente a San Genaro, o grande evento anual das nossas entidades beneficentes, deve ser atingido pela situação de isolamento social causada pelo corona vírus. E nessa leva também entra a Festa do Peão de Barretos, Jogos Regionais, Fantasma da Mogiana sem campeonato para disputar… triste realidade.
Mas nem tudo estará parado. Teremos eleições!
Ok, essa última frase era para ser uma boa notícia, mas hoje causa mais receios e desconfianças do que boas expectativas.
Os próximos prefeitos que assumirão em 1º de janeiro de 2021 terão um caminhão de desafios à mais para encarar à frente de seus municípios. A pandemia (e a gestão desta em nosso país) vem causando estragos de forma estrutural, e não somente na saúde dos brasileiros, e isso tudo vai entrar na agenda dos próximos chefes dos executivos municipais.
Primeiramente porque o convívio com o vírus, enquanto uma vacina eficiente não for fabricada, mudou completamente o comportamento da população, a gestão das empresas, o orçamento doméstico, e também a prestação de serviços por parte do poder público, tornando o custeio destes serviços mais oneroso, e em vários setores, mais lento.
A prestação do serviço público, seja na esfera municipal, estadual ou federal, nunca foi tão necessária quanto agora, seja na prestação de serviços essenciais no setor da saúde, no amparo social das necessidades básicas das camadas mais carentes da população, no suporte aos pequenos empresários e trabalhadores do setor informal e na fiscalização das regras especiais no combate à pandemia. Qual o efeito disso? Os próximos prefeitos terão que fazer mais com menos. Terão mais gastos, e menos orçamento.
A recessão chegará ainda esse ano, e cairá como uma bomba nas prefeituras, principalmente nos menores municípios que dependem de repasses do governo e alíquotas de impostos, tendo em vista que a atividade econômica irá diminuir drasticamente. Batatais vai sentir esse efeito de forma efetiva, e o próximo prefeito deverá ter uma visão muito atenta quando organizar sua gestão para seus 4 anos de mandato, liderando o município com firmeza e sem grandes malabarismos, o momento será de encarar a realidade de poucos recursos, e garantir o serviço essencial para a população, garantido a coleta e destinação do lixo, o abastecimento regular de agua potável, o apoio social às populações mais desprotegidas, fornecimento de remédios na farmácia popular, pagamento pontual do funcionalismo, transporte público gratuito, e principalmente, como ocorre nesse momento, a garantia de oferta de serviços básicos de saúde e apoio à Santa Casa local.
O próximo prefeito terá que montar uma equipe técnica, e não política, pois o momento pede que tenhamos mais sabedoria e menos discursos.
Batatais irá passar por momentos difíceis, mas nosso povo irá superar tudo isso, e o poder público municipal, sendo bem governado, será muito importante nesse processo. É fato, na minha opinião.