O Governo do Estado de São Paulo publicou uma resolução no início deste mês reduzindo em 12% os repasses mensais em convênios na área da saúde que não são ligados à covid-19. A medida, que já está em vigor, vale para convênios já firmados, afetando santas casas, hospitais filantrópicos, prefeituras, fundações e entidades da administração direta.
Segundo a resolução, o corte foi necessário diante das despesas com insumos e serviços contra a pandemia e para manter a austeridade nos gastos e o equilíbrio das contas públicas. A resolução determina ainda que não haja ‘prejuízo dos serviços prestados à população, cuja qualidade deverá ser preservada’.
Em contato com a Provedora da Santa Casa de Batatais, Nilla Macedo, fomos informados que o governo repassava no programa ‘Pró Santa Casa’ o valor mensal de R$ 63 mil e já para esse mês haverá a redução de 12% sobre esse valor, o que vai representar uma redução de R$ 90 mil no ano. “Isso está preocupando muito, pois somos instituições filantrópicas e dependemos desses recursos. Deixo aqui o protesto enquanto Santa Casa em relação a esses cortes”, destacou.
Alerta sobre capacidade de atendimento da Ala Covid
A Ala Covid da Santa Casa foi ampliada para atender a demanda de casos da doença no município, mas não existe espaço para nova ampliação. “Hoje ela está com 70% de ocupação, mas já esteve com a lotação completa na semana passada. É muito importante frisar que não temos capacidade de ampliar ainda mais, são 10 leitos SUS”, informou a Provedora.
Nilla Marcedo lembrou que a perspectiva é que haja aumento do número de casos para as próximas semanas, mas, infelizmente, se o número de pessoas que precisem de internação e UTI for maior que a capacidade de atendimento, os pacientes serão regulados para outras cidades. “Tivemos que fazer ampliação do número de funcionários e não é possível contratar outra equipe. Atualmente existem muitas dificuldades para contratação de pessoal, como enfermeiros, técnicos e médicos. Além da questão financeira, onde enfrentamos a queda no número de cirurgias e internações, o que afeta o caixa”, ressaltou.
A provedora disse de outros dois fatores que geram dificuldades para a instituição neste momento: o número representativo de colaboradores que se contaminaram com Covid e ficam afastados e o aumento nos preços de equipamentos de proteção individual, o que demanda mais investimentos neste período de corte de verbas.