O show de humor que estava agendado para ser realizado nesse dia 8 de março no Teatro Municipal foi cancelado pela Prefeitura de Batatais. O humorista Eros Prado, líder do grupo Pagode da Ofensa, conhecido pelo tom de deboche que usa em suas apresentações, produziu vídeos de chamada do evento considerados ofensivos a pessoas da cidade.
Nas redes sociais Prado se defendeu, dizendo que sempre pede para as pessoas enviarem histórias da cidade para que possa fazer piadas. Afirmou que não havia argumentos para o cancelamento do show. “Recebi mensagens da população e fiz piadas com histórias de Batatais, não falei o nome de ninguém, só contei o causo”, afirmou. Segundo ele o show está mantido para Batatais na mesma data e será em outro local, que até o fechamento dessa edição ainda não havia sido divulgado. “A gente vai manter o show em respeito a todos que acompanham o meu trabalho”, afirmou. Pedimos mais esclarecimentos ao humorista, mas ele não encaminhou.
O Secretário de Cultura, Luciano Dami, esclareceu os motivos que o levaram a cancelar a apresentação no Teatro
“Temos que deixar claro alguns pontos sobre o caso: diferente do que circula nas redes sociais a Prefeitura ou o Teatro Municipal não contratou o evento. Um produtor reservou a data para a realização do mesmo. O show é do Humorista Eros Prado e não do Grupo Pagode da Ofensa. No ano passado foi realizado um show do Pagode da Ofensa no Teatro sem nenhum tipo de problema. O cancelamento neste ano se deu em virtude da veiculação de dois vídeos de divulgação do espetáculo. Os referidos vídeos ferem o princípio da inviolabilidade à privacidade que está previsto em nossa Constituição Federal, em seu art. 5º, inciso X, dispondo que são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. Caso o Teatro Municipal tivesse mantido o espetáculo estava sujeito a responder em conjunto no caso de um processo. Vale ressaltar que um dos casos citados em um dos vídeos de divulgação está em investigação, como crime de informática. E em outro vídeo o humorista cita o nome no diminutivo da pessoa vítima da “piada”, sem mesmo ter a comprovação da veracidade do caso. Após o cancelamento do show o produtor citou o risco do “ano eleitoral” e da possibilidade de usar fatos políticos como fonte de piadas do espetáculo. Com base na fala do produtor e em um vídeo do humorista realizei um Boletim de Ocorrência de preservação de direitos. A partir daí vários vídeos foram veiculados atacando diversas pessoas da cidade, sem nenhuma apuração correta dos fatos, com distorções de informações. A Prefeitura e advogados da mesma foram acusados em um vídeo do humorista de impedir a locação de um espaço privado para a realização do evento. O fato é inverídico. Solidarizamo-nos com todas as pessoas ofendidas, seus familiares e amigos. Apoiamos a liberdade de expressão, mas entendemos que ela tem limites. Não se poder colocar a liberdade de expressão como justificativa para a chacota, calunia ou difamação de qualquer um”, informou o Secretário.