ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE RECREATIVA OPERÁRIA
Dando continuidade a apresentação dos espaços de socialização e entretenimento que existiam em Batatais na década de 40, apresentamos na presente edição um pouco da história de um dos clubes sociais mais antigos de nossa cidade e que ainda luta para permanecer de pé: a Associação Beneficente Recreativa Operária.
Mais conhecida como ABR Operária, a associação enfrenta desafios de todas as ordens para conseguir chegar ao seu primeiro centenário de fundação com as honras que sua longa e laboriosa existência merece.
A Sociedade Operária Beneficente de Batatais, como denominada inicialmente, foi fundada em 20 de janeiro de 1929 por um grupo de jovens entusiastas, a maioria imigrantes italianos e seus descendentes, trabalhadores da classe operária, liderados pelos conhecidos construtores batataenses Rômolo Rigotto e Ângelo Rossini.
A ‘novel’ associação foi oficialmente criada na sede de outra associação batataense existente na época, a Sociedade Italiana de Beneficência e Mútuo-Socorro de Batatais, pois muitos dos fundadores da Sociedade Operária Beneficente de Batatais eram sócios ou filhos dos sócios da Italiana e até mesmo de outros clubes sociais.
Conforme consta na nota abaixo, os estatutos da nascente sociedade foram anteriormente lidos, comentados e aprovados. A Sociedade Operária Beneficente propunha ser de ajuda mútua e assim oferecer aos seus associados-operários: assistência médica, farmacêutica e funerária.
Com o decorrer do tempo, sua finalidade tornou-se também recreativo-cultural, com música, dança, cultura, teatro, lazer e esportes. Na década de 60, deixa de dar assistência mutual aos associados necessitados, tornando-se apenas recreativa-cultural e esportiva.
De acordo com os registros da Folha de Batataes, além dos idealizadores da associação de classe, foram seus fundadores: João Dedemo, Otávio Farinelli, Archimedes Vidal, Guilherme Tambellini, Benedito M. Santos, Manoel Alves França, João Bastos, Arlindo Rosada, João Barbosa, Manoel Rodrigues, Joaquim Baltazar, Florisval Roncaratti, João Quirino do Prado, José Pereira, José Gosnini, Guilherme Lavagnoli, Adolfo Rigotto, Raul Sóssio Terra, Ernesto Degani, Fernando Faccini, Urias da Costa, Antônio Chieppe, José Faccini, Renato Matteuzzi, Leonino José Pereira, Arthur Soldati, João Drosghic, Marcílio Baltazar, Martinho Massariolli, João Degani, Atílio Ziviani, Fioravante Pesenti, Osório Pinto de Godoy, José Prota, Mario Baldocchi, Pedro Betarello, Armando Betarello, Jeronimo Alves Rezende, Mateus Matteuzzi, Oscar Corrêa Nogueira, Augusto Rodrigues Leandro, Ernesto Pavan, Pedro Massariolli, João Degani, Clarismundo Gomes de Oliveira, Gabriel Peixoto de Oliveira, Dante Boaretto, Jerônimo Thomaz de Oliveira, entre outros. (FB,01/11/1953)
A Sociedade Operária Beneficente funcionou provisoriamente na Rua Coronel Joaquim Alves (no prédio onde também funcionou o Tiro de Guerra) e no Teatro São Carlos (Rua Santos Dumont). Utilizou por vezes, também, o cine-teatro Santa Helena. Em 1936, sua sede foi transferida para o Cine-Teatro Para Todos e enfim, no ano de 1939, passou a funcionar definitivamente em sede social própria, mesmo que ainda em construção.
Desde o primeiro ano de sua fundação, a Sociedade Operária contou com o apoio solidário da população para a alimentar seus cofres sociais afim de realizar seus propósitos humanitários. Em 1929, um grupo dramático local, o ‘João Caetano’ fez um dos primeiros espetáculos em benefício da nova sociedade.
Conforme noticiou O Jornal, em 1933, o terreno para construção da sede definitiva foi adquirido do casal Manoel da Costa e D. Aparecida Bernardes Côrrea Costa e ficava na esquina da Rua Coronel Joaquim Alves com a Rua Prudente de Morais.
No mesmo ano, a entidade registrou seus estatutos no Cartório de Imóveis de Batatais.
No dia 1º de maio de 1935, foi lançada a pedra fundamental para construção da sede social definitiva: “tendo sido colocados na pedra fundamental, como de praxe os jornaes locaes”. (GB, 12/05/1935)
Desde a década de 30, os carnavais eram animados na Operária, com bailes e brincadeiras dançantes e blocos carnavalescos, como o Bloco Pagliaco, Quem picura acha e o destacado Abafando a Tristeza ou Cadê a Tristeza, que durante boa parte dos anos 30 e 40 animou com humor e alegria as festas dedicadas ao Momo.
Também são desta época as apresentações teatrais amadoras realizadas por membros da própria associação que formaram o Grupo Dramático Boas Ações, liderados por Humberto Bianco, Benedito de Carvalho e José Pereira Júnior (pai da enfermeira da FEB Altamira Pereira Valadares e da poetisa Arminda Pereira Lavagnoli).
Em 1938, era grande a expectativa para a inauguração de sua sede definitiva. Cada conquista era celebrada com um baile. Os jornais chegaram a noticiar a “colocação da última telha”. (GB, 01/09/1938)
A imprensa de Batatais acompanhou a construção da sede da ABR Operária, enaltecendo a grandiosidade do projeto, a qualidade da obra e o envolvimento dos associados em sua construção, reforçando que a Operária constituía um patrimônio para toda a cidade.
“No interior de São Paulo, a sede da Associação Beneficente Recreativa Operária será a primeira no gênero pela grandiosidade de sua realização, que contando com recursos financeiros limitados, leva adiante uma ideia gigantesca e de custo elevadíssimo.” (OJ, 10/08/1938)
A edificação possui características de Art Deco por todo o prédio inicial com salão de festas, palco, pista de dança, bar, restaurante, área de lazer, serviços e administração.
Depois de 4 anos, a nova sede, mesmo inacabada, abrigava as atividades recreativas da Associação.
A ABR Operária foi um dos clubes sociais que participou da programação oficial do Centenário de Batatais em 1939, oferecendo um amistoso baile nas instalações de sua sede própria, no dia 13 de março.
No ritmo das comemorações pelo uso da sede da associação – embora não estivesse de toda concluída –, foi eleita, pela primeira vez, durante o Baile das Rosas, realizado em junho de 1939, a Rainha dos Operários, a senhorita Yolanda Trifoni.
Nos anos iniciais da década de 40, mesmo diante da carestia decorrente da 2ª Guerra Mundial, a ABR Operária festejou com entusiasmo junto a seus associados todos os tipos de festas dançantes e shows possíveis a fim de finalizar seu suntuoso prédio social.
“A ABR Operária é um bom exemplo da dedicação e constância dos admiráveis dos obreiros humildes do progresso da nossa terra. (…) Desde que se lançou a primeira pedra – lá se vão alguns anos – até hoje a despeito da falta de recursos de seus associados, vem aquela associação por meio de todas as diretorias, trabalhando continuamente pela construção de sua sede. Quando se paralisam as obras, por pouco tempo, é só para reforçar os cofres sociais. (…) o mais recente deles é o assentamento da porta principal e dos dois janelões de ferro, inaugurados na semana transata. (…)” (OJ, 24/07/1941)
Em 1941, suas instalações foram palco de eventos políticos, como o banquete oferecido ao batataense Dr. Paulo de Lima Côrrea, Secretário da Agricultura do Estado e sua comitiva, em visita oficial a Batatais para inaugurar um quadro em sua homenagem no Grupo Escolar Dr. Washington Luís, entre outros compromissos políticos.
No mesmo ano, deu-se o tradicional Baile dos Sócios e o Baile Pró-Instrumental do Jazz. (OJ, 27/11/1941)
No ano de 1942, a ABR Operária promoveu diversos saraus literários, musicais e dançantes, bailes carnavalescos com blocos como o Bloco dos Carecas e Cabeleiras, chá dançante com o Jazz Lopes, Baile do Dia do Trabalho, Baile da Chita no dia de São João, Baile da Saudade e o Baile de Fim de Ano.
Foi neste mesmo ano, que a primeira mulher fez parte da diretoria da associação, exercendo a função de bibliotecária, sendo esta Lydia Faggioni. (OJ, 01/1940). Para o ano seguinte, a bibliotecária foi Virginia Tavares e a discotecária Aparecida Faggioni. (OJ, 25/02/1943)
Em Batatais, após a declaração de guerra do Brasil às potências do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) em setembro de 1942, os moradores locais promoveram várias ações “a fim de angariar fundos para aceleração do nosso preparo bélico” chamadas de ‘movimento cívico de preparação para a guerra’.
Uma dessas ações, vale a pena ser compartilhada:
“No dia 17, as primeiras horas da noite e dentro da mais perfeita ordem fez-se o “enterro simbólico da tríade do ‘Eixo’. Um extenso cortejo saindo da Praça Cônego Joaquim Alves, percorreu as ruas principais da cidade e do Castelo, com letreiros muito espirituosos e caixões mortuários em que se liam o nome dos três responsáveis pela guerra, banda de música a recitar marcha fúnebre entremeiada de sambas carnavalescos, ‘recomendações’ pelas esquinas e os ‘feras’ enjaulados numa carroça ou representados por animais.” (OJ, 01/10/42)
Outra das ações ocorreu em outubro, quando a comunidade batataense se uniu em prol da aquisição do avião de guerra ‘Araraquara’, também conhecido como ‘o avião da vingança’. Nesse movimento pró-Araraquara, além de subscrição, a ABR Operária e a Sociedade Recreativa 14 de Março promoveram bailes a fim de arrecadar fundos para a compra do avião.
O ano de 1943, marcou a diminuição dos eventos sociais nos clubes batataenses, em função do cenário mundial de guerra, restando à população a programação do Cine São Joaquim, os espetáculos circenses, as partidas de futebol do Batatais Futebol Clube (BFC), as quermesses religiosas e as beneficentes em prol da Conferência São Vicente, além dos eventos promovidos pela Legião Brasileira de Assistência (LBA).
Naquele ano, a ABR Operária ofereceu um parco carnaval a seus associados. Suas instalações foram usadas para eventos políticos e beneficentes ocorridos na cidade.
O clube cedeu suas instalações para o banquete oferecido pela municipalidade e o Aeroclube de Batatais ao interventor federal Fernando Costa e sua comitiva – dentre eles Dr. Paulo de Lima Côrrea – quando do 1º apadrinhamento dos pilotos da Escola de Pilotagem do Aeroclube de Batatais.
Os jornais deram nota de “um baile e chá dansante que prometem revestir-se de grande brilho e animação” para o segundo semestre de 1943. (OJ, 29/07/1943)
No entanto, o que marcou o ano de 1943 para a ABR Operária e a cidade foi a morte prematura, aos 23 de agosto, do fundador da associação, Rômulo Rigotto, aos 45 anos de idade.
Em 1944, numa tentativa de retomar sua boa animação, a entidade elegeu a Rainha do Carnaval de 1944, com 2.800 votos, a srta Noemia Rigonato. Naquele ano, a associação promoveu mensalmente, bailes dançantes animados ao som do “Jazz Somos Camaradas”, incluindo seu tradicional baile de São João.
No ano de 1945, o mundo estava apreensivo em relação ao final da guerra. Em Batatais, os clubes recreativos refletiram essa apreensão, com poucas atividades dançantes. Alguns associados estiveram envolvidos com ensaios e peças teatrais.
O 1º de maio, Dia do Trabalho, foi lembrado com inauguração de um quadro a óleo do fundador do clube, Rômulo Rigotto, com direito a discurso de Gabriel Neves Tondella e com um baile dançante, animado pelo “Jazz Bico Doce” de Ribeirão Preto.
Logo após a declaração do final da guerra, no dia 10 de maio, o clube recebeu uma caravana com vários astros da rádio paulistana como Paraguassú, Capitão Furtado, Nhô Pai, Nhô Fio e Serralheiro.
Em junho de 1945, apresentou-se no clube uma famosa companhia teatral da época, que para alegrar ao público encenou algumas comédias e musicais como ‘A Viúva das Camélias’, canto e dança de ‘Mata Hari’, ‘Escrava’, ‘Rosas de Todo Ano’ e ‘Maria Gazogênio’ com os atores Margarida Sper, Adir Sper, Ibis Rocha, Ricardo Garcia e Dinah Miranda. (OJ, 03/06/1945)
Nos anos de 1946 e 1947, a associação diminuiu suas atividades recreativas e culturais possivelmente:
“(…) para atingir o grande ideal: o término de todas as obras de renovação planejadas. Suas linhas arquitetônicas e evolucionistas, farão do prédio da Sociedade, brevemente, o maior prédio possuído por operários para sua sede social. Merecem destaque a competência e a dedicação que o engenheiro Carlos Zamboni vem empregando nos trabalhos de construção (…). Os encarregados da construção são os srs. Carlos Sibim e Alfredo Schievano.” (OJ, 14/09/1947)
Em 1947, o grupo de teatro amador e de variedades do clube liderados naquele ano por Armando Venturoso, Fiovo Tambellini e Fausto Degani promoveram apresentações cênicas e saraus, além de campeonatos de pingue-pongue sempre a favor das obras de construções e melhorias da sede social.
Para agitar os ânimos da juventude associada, entre os anos de 1947 e 1953, as edificações da ABR Operária abrigaram a aparelhagem e demais instalações da Rádio Difusora de Batatais. A presença da Rádio na sede do clube, agita os ânimos dos associados.
Na década de 50, para além dos renomados bailes e shows, os esforços recaíram na formação de uma biblioteca fundada em 1952, batizada de Biblioteca Rômulo Rigotto. Esta contou com a doação de diversos munícipes, inclusive do Pontífice Pio XII em 1954.
Além da dedicação na formação de uma boa biblioteca, a diretoria resolveu ampliar os horizontes culturais com a apresentações cinematográficas semanais.
Em 1953, temos novamente o registro do concurso da Rainha da Operária, a eleita a srta. Inês Basaglia e as princesas, as srtas Cinira Rigonato, Zilma Faccion e Terezinha Coutinho.
Porém, o que realmente mobilizou a diretoria foi o desejo de construir mais um salão de festas, desta vez, mais moderno e arrojado projetado pelo renomado engenheiro dr. Carlos Zamboni, em 1954. Nesse período, a entidade passou a ter mais de 1.000 associados.
“Batatais verá engrandecido o seu patrimônio material e social, com a construção do novo e magnífico edifício, da ABR Operária, até o fim do corrente ano, fruto de grande esforço e trabalho que caracterizam os elementos que compõem a sua diretoria. A comissão de obras da nova sede social da A.B.R. Operária, confiou a planta da construção ao competente e esforçado engenheiro de nossa cidade, Dr. Carlos Zamboni, o que nos mostra a magnitude do empreendimento o nome bendito de Bom Jesus da Cana Verde. Nada suplanta o nosso regozijo e nada suplantará a nossa vontade de vencer a nossa fé, nos destinos do inesquecível “Quadro de Ouro” no futuro de Batatais e na grandeza de sua ordeira, laboriosa e hospitaleira gente. Salve Oswaldo Scatena, salve batataenses, todos campeões de uma grande e retumbante vitória. Para o alto e para frente.” (FB, 16/05/1954)
Em 1955, no 1º de Maio, Dia do Trabalho, na vice-presidência em exercício de Júlio Jorge Abeid, o grande destaque do clube foi o show do cantor Nelson Gonçalves, com a orquestra de Raul Barros da Rádio Nacional do RJ e Trio de Outro com Erivelton Martins.
No ano de 1956, a ABR Operária é agraciada com uma obra feita exclusivamente para a agremiação, o quadro ‘O Operário’, pintura a óleo, de 61×50 cm, feita por Cândido Portinari.
A inauguração do novo pavilhão ocorreu no dia 09 de fevereiro de 1957. O segundo edifício possuía arquitetura moderna com formato circular, além de painéis decorativos que circundavam todo o salão, também de autoria de Carlos Zamboni e seus ajudantes.
O evento de inauguração do segundo salão de festas contou com a participação de membros da alta sociedade, convidados e seus associados; além da presença ilustre de seu primeiro vice-presidente, o construtor Ângelo Rossini.
FABULOSO O NOVO SALÃO DE FESTAS DA OPERÁRIA
“Não resta a menor dúvida de que as festividades inaugurais do novo pavilhão da Associação Beneficente e Recreativa Operária constituíram um verdadeiro acontecimento de relevo social, não só nesta cidade, como nas demais circunvizinhas.
O valor financeiro empregado, aliado ao estilo invulgar da magnífica construção, realçam mais ainda o empreendimento arrojado da Diretoria presidida pelo dinâmico Waldemar Silva e da Comissão de Obras, comandada pelo espírito progressista de Anselmo Testa.
Em 1954, tudo aquilo que hoje é motivo de orgulho para os operários e para a nossa cidade, não passava de um grandioso sonho em busca da realidade.
Agora, lá estão para atestar o elogiável trabalho de todos os diretores, um soberbo pavilhão, com seu salão de festas diferente, uma iluminação singular, desenhos decorativos originais de autoria do engenheiro Carlos Zamboni, cortinas finas, etc.
Precisamos às 20:30 horas, com a presença do Sr. Mário Martins de Barros, prefeito municipal, presidente Waldemar Silva, presidente da Comissão de Obras Sr. Anselmo Testa, Dr. Paulo Scatena e Farmacêutico Egidio Ricco, Presidentes de Honra, diretores associados, pessoas gradas, etc., pelo Sr. Ângelo Rossini, 1º Vice-Presidente da Associação nos idos de 1929 foi cortada a fita simbólica da entrada para o soberbo prédio, sob grande salva de palmas. (…) Após esses discursos o microfone volante da Rádio Difusora ouviu as impressões de diversas pessoas, dentre as quais a nossa reportagem pode anotar, o Sr. Prof. André Ricci Pippa, presidente da Sociedade Recreativa 14 de Março, Fausto Bellini Degani e Nagib Suaid.
Às 10:00 horas todas as dependências do novo salão estavam literalmente tomadas; teve início o Baile Branco, abrilhantado pelas Orquestras “Sul América” de Jaboticabal e “Guarany” de São Joaquim da Barra.
À meia noite, a senhorita Inês Basaglea, Rainha da Operária, ofereceu ao Presidente Waldemar Silva e sua esposa D. Helena Silva, uma linda corbeille de flores naturais (…)” (FB, 17/02/1957)
De acordo com as duas placas comemorativas afixadas no dia da inauguração do salão circular, fizeram parte da comissão de construção os senhores Anselmo Testa (presidente), Dr. Paulo Scatena (tesoureiro) e José Yara (secretário) e demais membros: Alberto Arantes, Armando Fábio Alves Lima, Custódio Martins de Barros, Egydio Ricco, Felicio Bombonato, Joaquim Alves do Nascimento, Hernani Albuquerque Parenti e Dr. Oswaldo Scatena.
A diretoria responsável pela idealização e realização do projeto do salão circular, tinha como presidente de honra, Dr. Oswaldo Scatena; Waldemar Silva, presidente; Julio Jorge Abeid Filho, vice-presidente; Luiz Pires da Cruz, Armando Barbirato, João Lopes de Oliveira, Argemiro Dias Oliveira, Alfredo Schievano, Adauto J. Covas, Carlos Sibim Sobrinho, Francisco Serrazes, José Amoroso, Dario Venturoso, Evaristo, Fausto Bellini Degani, Armando Venturoso, Arsênio Penha, Egydio Ricco, José Yara, Sebastião Arantes, Dr. Jesus Basílio Tambellini, Arsênio Penha, Pedro Bérgamo, Ercio Vicentini, João Luiz Faccini, Alfredo Martins Mélega e Benedicto Leonel do Prado. (FB, 09/05/1954)
Nesta mesma década, a ABR Operária recebeu de um dos membros mais atuantes de sua diretoria, o sr. Júlio Jorge Abeid Filho o codinome de Milionária de Sucessos, pois o clube trazia para seus sócios, familiares e convidados importantes e famosos artistas do cenário nacional, como: Carlos Galhardo, Cauby Peixoto, Dalva de Oliveira e Herivelton Martins, Jamelão entre outros.
Nas décadas de 60 e 70, a associação deu continuação aos seus tradicionais bailes, carnavais, sessões cinematográficas, matinês e ainda sediava vários festivais escolares, culturais e de beleza, como o concurso para Rainha da 1ª Festa do Leite, promovido pelo Sindicato Rural local.
Abaixo vemos uma das participantes, a senhorita Dulcinéia Pelosi, filha de sr. José Pelosi (Seu Peloso) e D. Irene Basaglia Pelosi, no desfile para escolha da rainha da 1ª Festa do Leite de Batatais, realizado na ABR Operária.
A vencedora do concurso foi a senhorita Graça Rodrigues, a ‘Gracinha Rodrigues’. A 1ª Festa do Leite de Batatais foi realizada de 25 a 28 de julho de 1968, no Instituto Agrícola de Menores.
Em 1970, a Diretoria manifestou interesse em possuir uma sede campestre; o que aconteceu no final de 1971 na presidência do sr. Roberto Manetti, com a aquisição da ‘Chácara das Carpas’, terreno localizado em terras da antiga Fazenda Estiva, em direção ao Horto Florestal, pertencentes ao casal Rui Carvalho e D. Lúcia Lobão Carvalho. (OJ, 17/01/1972)
Em 1972, a ABR Operária perde outro de seus fundadores e que por anos dedicou-se a ser o bibliotecário da agremiação, o sr. Benedito Leonel Batista do Prado.
A sede campestre, com cerca de 12 alqueires, foi inaugurada em 20 de dezembro de 1975 e desde seu início possuía grande estrutura recreativa, como piscinas, restaurante, quadras para prática de variados esportes e ampla área verde.
Com a construção da sede campestre, novo fôlego e entusiasmo tomam conta dos associados e diretoria da Operária durante os anos 80 e 90. A entidade chega a ter em seu quadro mais de 3.000 sócios.
Porém, os anos áureos da ABR Operária se foram com a entrada do século XXI. A inadimplência dos associados, mudanças dos hábitos de lazer e a recessão econômica são alguns dos motivos creditados para o crescente desinteresse por esta praticamente centenária associação.
Seu patrimônio vem se exaurindo; tendo sido vendidos parte da sede social e bens móveis como a obra ‘O Operário’ do pintor Cândido Portinari para sanar dívidas do clube.
A atual administração tenta recuperar um pouco do que foi perdido da história, da memória, do patrimônio e da alegria deste que é um dos nossos quase centenários clubes sociais. Como diziam na época de sua construção: Avante operários!