O site The Intercept Brasil está publicando diariamente reportagens explosivas envolvendo a força tarefa da Lava Jato e seus protagonistas, o Ministro da Justiça Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, são revelações nada éticas e transgressoras que o Brasil e o mundo tem o direito de saber.
A relevância do fato está no foco: o ex presidente Lula que até então liderava as intenções de voto para as eleições de 2018. Com a decisão articulada por ambos, o caminho foi aberto para Bolsonaro chegar ao poder e levou o então “juiz de Curitiba” ao ministério.
A Lava Jato, durante o seu andamento havia criado uma grande sensação de que a corrupção seria desenraizada deste pais e seus condutores, paladinos da justiça, apolíticos se encarregariam de tirar o Brasil deste lamaçal. Mas segundo The Intercept, tanto Moro quanto Dallagnol tinham uma clara intenção: buscar abertamente impedir a vitória de Lula enquanto fingiam serem neutros no jogo.
Tais relações mostram o que já era evidente, a Lava Jato estava agindo politicamente apesar da falácia midiática que lhe atribuía uma natureza imparcial, porém o devido processo legal foi o que menos importou porque as pessoas queriam vingança e não justiça, aplaudida pelo senso comum, que bateu panelas e foram as ruas com o objetivo claro de por Lula na cadeia, tal como apontava o Power Point de Dallagnol onde tudo apontava para o ex presidente.
É bom lembrar que tudo isso estava acontecendo bem no momento em que caminhávamos para um “neodesenvo-lvimento” sem romper com o neoliberalismo, estava sendo feito novas parcerias econômicas com a Ásia e o hemisfério sul através de diversos acordos bilaterais. Porém, nada disso podia continuar e uma trágica sequência histórica começa acontecer: manifestações de 2014, Golpe contra Dilma, o governo ilegítimo e desastroso de Temer, a perseguição e condenação de Lula e a eleição de Bolsonaro.
Diante destes acontecimentos torna-se possível as Reformas Trabalhistas e da Previdência (que é mais um ajuste fiscal do que um benefício) as privatizações de empresas estratégicas para o Estado mediante uma retórica patriótica que a todo custo pretende entregar a nossa soberania. É a “Casa Grande” querendo se aproximar da Casa Branca e mais uma vez não se importando com a senzala. Petrobrás e Pré-Sal seguirão os rumos da “privataria” e o pântano se ergue sobre nós.
Na história do Brasil, porém isso não é novidade. Getúlio Vargas deu um Golpe em 1937 para implantar o Estado Novo, forjou um plano junto com seus imediatos dizendo que os comunistas iam tomar o pais e iam prender, incendiar, invadir e destruir tudo, portanto, ele tinha que antecipar e promover a ordem. Deu o Golpe, era o Plano Cohen. Em 1964 logo após o discurso de Jango sobre as Reformas de Base, os militares forçaram a barra e disseram que a esquerda e novamente os comunistas queriam ocupar-se do Brasil, para que isto não acontecesse eles deram o Golpe de 1964.
E agora a História se repete, com outros trajes mas com a mesma essência. Tem razão aquele que afirmou que no Brasil a política não é para amadores.