Oficializada pela ONU na década de 1970, o Dia Internacional da Mulher (08-03) simboliza uma data na peleja histórica das mulheres contra todo tipo de desigualdade. Essa data é um momento de união e solidariedade entre as mulheres e também uma oportunidade de reflexão sobre a luta e conquistas de todas ao longo da história.
A saber, foi em 1827 que as meninas foram autorizadas a frequentar escolas, hoje no ensino superior elas são maioria, em 1932 movimentos feministas lutaram à exaustão para terem direito ao voto; 1960 houve uma conquista importante sobre o controle de natalidade para a liberdade feminina: a pílula anticoncepcional; 1974 as mulheres conquistaram o direito de portarem cartão de crédito, algo que era limitado aos homens; 1977 foi aprovada a Lei do Divórcio, até então as mulheres eram obrigadas a permanecerem casadas levando uma vida infeliz e abusiva; 1985 foi criada a primeira Delegacia da Mulher em SP para proteger e investigar crimes de violência doméstica; 1988 a Constituição reconhece a igualdade entre homens e mulheres; 2006 foi sancionada a Lei Maria da Penha para combater a violência doméstica; 2015 foi sancionada a Lei do Feminicídio que passou a considerar crime hediondo o assassinato de mulheres.
Devido o machismo e o patriarcalismo o Brasil é um dos países que mais praticam crimes contra as mulheres, objetificando seu corpo para manter um certo tipo de controle sobre elas, aqui podemos citar o feminicídio reprodutivo que decorre dos abortos clandestinos (clínicas ilegais e métodos caseiros), todos se sentem no direito de falar sobre o corpo da mulher, menos elas.
Nos espaços de poder o que temos é uma sub-representação feminina, estudos revelam que se o ritmo continuar assim as mulheres levarão 286 anos para alcançar a igualdade entre homens e mulheres, não tem cabimento levar 3 séculos para que a mulher tenha justiça e direitos reconhecidos como os homens.
Sancionada em 2023 a Lei da Igualdade Salarial já enfrenta problemas na justiça porque determinadas empresas recusam transparência no procedimento, o feminismo negro que é o racismo contra a mulher negra se multiplica, para elas, lutar por direitos básicos como acesso a saúde, educação, alimentação e emprego ainda é uma constante diária, o preconceito contra as mulheres LGBTQIA+, sigla que engloba diferentes tipos de pessoas marginalizadas das quais várias são mulheres lésbicas e trans ainda sofrem preconceitos por não se enquadrarem naquilo que a sociedade machista considera como padrão.
E é claro tem muito mais, a misoginia que é o mais antigo dos preconceitos, aquele que duvida e menospreza a capacidade da mulher ainda está muito aceso na nossa sociedade e a luta para vencê-lo deve ser constante, por isso o 08 de março se faz necessário, porque é um dia de memória e de luta.