Vivendo como um ator, Bolsonaro parece estar sempre a beira de um ataque de nervos, principalmente quando é entrevistado e a pergunta for feita por uma mulher, ele se destempera e finge interpretar um louco, ou melhor que não é louco e através dessas representações leva os outros a acreditarem nele com suas meias verdades ou mentiras inteiras. Tudo é calculado para embaraçar o entendimento e povoar mentes desavisadas.
Um exemplo é quando ele diz que não gastou R$ 1 real com a vacina da Covaxin e por isso não tem culpa de nada; gastar ele não gastou, mas empenhou R$ 1,6 bilhão para a aquisição de 20 milhões de doses e esse dinheiro agora fica reservado para esse fim e não pode ser usado para outras despesas. Não comprou, mas empenhou, então tem que explicar esse empenho porque a venda só não aconteceu devido as investigações da CPI que apurou irregularidades contratuais.
Outra mentira camuflada de meia verdade é que seu governo está a dois anos e meio sem corrupção e como gosta de dizer “zero corrupção”. A Polícia Federal deflagrou uma operação que levou a demissão do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi apurado que havia uma rede de exploração ilegal de madeiras, seguindo-se crimes de corrupção, prevaricação e facilitação de contrabando. Onix Lorenzoni, Secretário Geral da Presidência da República confessou ter recebido caixa 2 e quem se lembra do senador Chico Rodrigues, aquele que foi flagrado com R$ 30 mil na cueca, ele era vice líder do governo no Senado, e tem mais desvios de verbas no Ministério do Turismo, na Secretaria de Comunicação Social do Governo…, além da “Família Rachadinha” como está sendo conhecida a família de Bolsonaro que se estende aos filhos, mulheres, cunhados e apaniguados. Um “trem da alegria” custeado pelo contribuinte.
É também não assumindo responsabilidades que ele transferiu os problemas da pandemia aos prefeitos e governadores dizendo que foi decisão do STF e que a ele cabia apenas o envio de recursos, outra mentira disfarçada de meia verdade, o STF não eximiu Bolsonaro de atuar contra a disseminação da doença, prefeitos e governadores tem legitimidade para tomar medidas de restrição e circulação, mas o presidente tem que controlar fronteiras, o que não fez, por terra, ar e água ficou tudo escancarado, também deveria coordenar diretrizes e campanhas de pelo menos o uso de máscaras, não fez e nesse silêncio sepulcral quem teve que tomar medidas foram governadores e prefeitos.
E com essas e muito mais promovidas pelo “gabinete do ódio” para espalhar fake news ele vai se virando como pode no meio da confusão. Uma bem grande e que promete muito é o tal do voto impresso, essa será a cereja do bolo.