Anocracia, essa palavra existe desde 1974 é um neologismo que serve para designar um regime híbrido, uma junção de democracia com ditadura com traços autocráticos, uma zona cinzenta perigosa.
No mundo, vários países são anocráticos, Turquia, Venezuela, Hungria, Polônia, a Itália caminha para ser, e muitos outros na África e na Ásia. Mas, o que chama atenção é que os EUA de Trump parecem caminhar nessa mão, a América vai perdendo sua democracia e parte para um regime híbrido, autoritário e competitivo.
Trump ataca o FBI, a Imprensa, o Judiciário, o processo eleitoral, Harvard que no momento é o símbolo de sua agenda populista/nacionalista e deportações em massa que faz lembrar períodos de guerras.
Nos regimes anocráticos os direitos humanos correm riscos extremos, mais que em muitas ditaduras, a repressão as minorias é um fato certo, as detenções são arbitrárias e sob o pretexto de defender a liberdade de expressão ultrapassam o consenso institucional.
Nessa zona cinzenta está o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro tentando evitar a prisão do pai, já que aqui no Brasil a condenação parece certa, e em conversa com deputados republicanos Eduardo Bolsonaro disse que o ministro Alexandre de Moraes está usando a Justiça como arma para suprimir a oposição política, tal pressão visa desestabilizar nossas instituições democráticas, essas alegações surgem próximas a restrições recentes que o STF impôs ao X e o Rumble plataformas que não cumpriram ordens judiciais brasileiras.
O Brasil para alguns está dando sinais de “subdemocracia”, com polarização extrema e ataques as instituições democráticas evocando fantasmas autoritários e duvidando da nossa independência. O Brasil deixou de ser colônia e terá condições de provar essa qualidade ao não se dobrar a essas investidas que vem de fora e justamente daquele que se diz patriota. Somos uma democracia e não vamos regredir para uma anocracia.
É preciso estar vigilante o tempo todo, pois o mal calado continua existindo, só não se sabe onde.