Estamos vivendo um período histórico no Brasil e no mundo, aqui prestes a comemorar 200 anos de independência e no mundo transformações estruturais parecem checar essa ordem que fortemente se consolidou com o capitalismo hegemônico liderado pelos EUA.
Hoje apontamos a China como sucessora em potencial para ocupar o lugar de destaque, mas ela não está sozinha, tem aliados e são muitos que poderão sombrear a ordem que conhecemos.
Desde que Deng Xiao Ping derrotou a camarilha da viúva de Mao Tse Tung e assumiu o comando do Partido Comunista Chinês, uma coisa ficou certo, para sobreviver a China precisava de uma economia de mercado e assim se fez, em 20 anos (1980-2000) milhões de chineses saíram da zona rural e partiram para os centros urbanos, lugares que antes eram aldeias transformaram-se em cidades grandiosas e modernas, viram surgir uma classe média com 300 milhões de consumidores não devendo nada para as classes médias ocidentais, surgiram os super ricos, grandes consumidores de marcas como Prada, Louis Vuitton, Gucci, Ferrari, Lamborghini entre outras, fizeram crescer os olhos dos capitalistas europeus e americanos. O consumo começou a fazer parte daquele país, mas na política, ninguém além do partido pode interferir.
Pesquisas foram feitas e o resultado tumultuou o pensamento ocidental; percebeu-se que as pessoas podendo consumir, pagar suas contas e terem empregos, não interessam se é uma democracia ou um governo autoritário. Esse pensamento chocou o ocidente, o povo pouco liga para quem manda, ele tendo sua vida e seu consumo, não importa quem está no comando, isso estarreceu as democracias ocidentais e estas ficaram com medo da moda pegar, daí o horror a China.
Mas como disse antes, ela não está sozinha, a milenar Rota da Seda está de volta e apoiando os chineses vem os russos, o sudeste asiático, a Indonésia, a Índia, o Paquistão, o Irã e toda Ásia Central, em especial grandes e modernos países como o Cazaquistão e o surpreendente Uzbequistão; a Turquia também mantém acesa essa chama de oportunidades, outros menores são coadjuvantes, mas estão alinhados, só aí temos mais da metade da população do planeta dispostos a se entenderem entre si.
Do outro lado temos uma Europa agonizante, totalmente dependente de energias vitais para a manutenção do seu dia a dia, um inverno implacável ameaça o Velho Continente que carece de uma grande liderança.
Enquanto toda essa grande articulação acontece na esfera oriental, os EUA procuram Taiwan, território inconteste chinês azedando ainda mais as relações deixando o “dragão chinês” disposto a cuspir mais fogo nesse tabuleiro já incendiado pelos russos. Bombas e armas é o que não faltam nesse planeta, pessoas insanas também tem muitas.
O Brasil é um país importante, talvez o mais no hemisfério sul, vamos precisar de um grande líder para protagonizar esse momento. Com sabedoria, boa estratégia e tática política poderemos tirar proveito da situação, porém a última coisa que precisamos no momento é mais um que queira ajudar a colocar fogo no mundo.