A alta nos preços dos alimentos em janeiro pressionou mais a inflação percebida pelas famílias de baixa renda, enquanto a queda nas tarifas aéreas aliviou os mais ricos, apontou o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda mostra que a inflação acelerou de um aumento de 0,61% em dezembro para uma alta de 0,66% em janeiro para o segmento familiar de renda muito baixa. Para o grupo de renda alta houve desaceleração, de uma elevação de 0,62% em dezembro para aumento de 0,04% em janeiro.
Em janeiro, o principal foco inflacionário para as classes de rendas mais baixas partiu do encarecimento dos alimentos para consumo no domicílio, com destaque para os aumentos nos cereais (6,8%), tubérculos (11,1%), frutas (5,1%) e óleos e gorduras (2,1%).
O grupo saúde e cuidados pessoais também pressionou a inflação das classes de renda mais baixas em janeiro, devido aos reajustes de 0,70% dos produtos farmacêuticos e de 0,94% dos produtos de higiene pessoal.
No caso das famílias de renda alta, além da queda de 15,2% dos preços das passagens aéreas, houve recuo de 10,2% nas tarifas de transporte por aplicativo, resultando em um alívio inflacionário para os mais ricos.
Com o resultado de janeiro, a inflação acumulada em 12 meses foi de 5,67% na faixa de renda alta e de 3,47% na faixa de renda muito baixa.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e usado pelo Ipea para fazer o cálculo da inflação por faixa de renda, desacelerou de uma elevação de 0,56% em dezembro para alta de 0,42% em janeiro. A taxa acumulada em 12 meses ficou em 4,51% em janeiro.