O número de casos de dengue vem subindo de forma rápida em Batatais e toda a população precisa agir, pois os criadouros do mosquito transmissor estão em todos os lugares, dentro ou fora das casas. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, foram contabilizados, até 21 de fevereiro, 259 casos positivos de dengue, 271 foram negativados, 37 aguardavam resultado, 2 inconclusivos e 1 não realizado, totalizando 570 notificações. Tivemos, infelizmente, uma morte por dengue nos últimos dias, o que abriu sinal vermelho de alerta sobre o perigo da doença. A Prefeitura criou o Comitê de Operações contra a Dengue do município de Batatais e está realizando a fiscalização dos terrenos e imóveis denunciados quanto à presença de criadouros da dengue, atendendo aos pedidos da população e cuidando da prevenção da doença. As denúncias de terrenos devem ser realizadas na Secretaria de Obras e Planejamento, por meio do telefone (16) 3662-2132.
Além disso, foi programada uma operação para este sábado, 24 de fevereiro, iniciando pela região da Vila Lídia. As secretarias municipais de Saúde e Obras farão uma ação casa a casa, das 8 às 13 horas, onde existe um expressivo aumento dos casos da doença. Foi escalada uma equipe de cerca de 40 profissionais, devidamente identificados, para abordagem dos locais e população. O objetivo é: eliminar criadouros, orientar a população, monitorar as arboviroses e fiscalizar áreas denunciadas.
A Secretária de Saúde, Bruna Toneti, em contato com nossa redação falou do trabalho que precisa envolver toda a sociedade.
JC – Bruna, a população está entendendo a gravidade da infestação neste momento? Está colaborando?
Bruna Toneti: A população de Batatais sempre foi colaborativa com as ações públicas, o que não seria diferente agora. O grande problema é que a Dengue é uma doença que o ciclo do vetor, o mosquito Aedes aegypti, é muito rápido, exigindo, portanto, uma vigilância intensa e constante de todos. Para se ter uma ideia, recomendamos que todos os munícipes verifiquem suas casas/locais de trabalho semanalmente, uma vez que em cerca de 7 dias um local onde antes não tinha um criadouro, pode passar a ter por algum recipiente com água parada ou algo do tipo. Dessa forma, pedimos a ajuda de todos no combate à dengue, pois é uma responsabilidade de toda a sociedade. Sabemos que no nosso município temos muitas áreas de lazer, imóveis fechados ou, ainda, terrenos para construção. Assim, todos os proprietários precisam colaborar com a verificação dos locais para, juntos, podemos encerrar o ciclo de reprodução do vetor e, com isso, controlar a doença na cidade.
JC – A morte por dengue hemorrágica abre um alerta sobre o que ainda pode ocorrer em curto prazo, com a ampliação do número de casos da doença?
Bruna Toneti: Sem dúvidas. A dengue grave, como no caso do óbito mencionado na cidade, nos trás um grande alerta sobre os perigos da doença. É importante deixar claro que a dengue grave nem sempre é hemorrágica. Muitas pessoas e profissionais de saúde associam a dengue grave apenas a sangramentos, quando na verdade este não é o principal sintoma da forma mais severa da doença. Em muitos casos, na verdade, o que mata é a desidratação. Verificamos que muitos pacientes, com isso, não identificam seus sintomas de agravamento da doença por conta que ficam esperando ter sangramento para procurar um serviço de urgência, quando na verdade a desidratação deve ser o ponto de maior atenção. Aproveitamos a oportunidade para manifestar nossos mais sinceros sentimentos aos familiares do óbito mencionado, reforçando que o caso está em investigação pela Vigilância Epidemiológica do município para as providências necessárias a respeito.
JC – Uma pergunta que ouvimos diariamente: a vacina contra a dengue. Existe uma previsão de chegar aos municípios de forma ampla?
Bruna Toneti: Infelizmente, por enquanto essa não é nossa realidade próxima. Sabemos que haverá um grande avanço do controle da doença a partir da imunização, que agora está sendo incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de dezembro de 2023. Contudo, o Ministério da Saúde apenas está enviando doses, nesse momento, para municípios grandes, com mais de 100.000 habitantes, e com números elevados de casos nos últimos anos. Além disso, a vacina não será amplamente aplicada nessas regiões em toda a população pelo SUS, neste primeiro momento, onde apenas crianças e adolescentes de 10 a 14 anos poderão receber a vacina. Diante disso, reforçamos que o controle real da doença ainda está sob nossa responsabilidade direta como sociedade, acabando com os criadouros do mosquito.
JC – Qual é a programação da Secretaria de Saúde para os próximos dias no combate da dengue?
Bruna Toneti: A Secretaria Municipal de Saúde de Batatais, por meio da sua equipe de Vigilância em Saúde pelos Agentes de Combate às Endemias, não pararam de realizar o trabalho caso a casa de controle da doença. Somente nos últimos quatro meses (setembro a dezembro de 2023), por exemplo, foram realizadas 11.846 inspeções de controle do Aedes em imóveis da cidade. Esse trabalho é realizado, ainda, em pontos estratégicos de grande circulação populacional, como espaços públicos, escolas, cemitério etc. Também estamos com ações educativas em saúde nas escolas, com, até mesmo, premiações associadas aos trabalhos das crianças a partir do conhecimento aprendido. A Assistência Social tem realizado palestras nos CRAS e CREAS no período. A Secretaria de Obras e Planejamento nos apoia com a fiscalização de terrenos e limpeza de áreas. No dia 24 de fevereiro de 2024 vamos realizar uma grande operação contra a dengue na região do bairro da Vila Lídia, onde cerca de 40 profissionais de saúde realizaram a abordagem da população quanto às orientações e inspeções voltadas ao combate dos criadouros do mosquito Aedes aegypti. Reforçamos, por fim, que hoje a Prefeitura conta com uma área específica para descarte correto de materiais, chamada Área de Triagem e Transbordo, que é gratuita e localizada na Rua Otorrino Ravagnani, n. 2379 (Fundos do Jardim Mariana).