CLUBES SOCIAIS NA DÉCADA DE 40
Nas edições do mês de maio de 2022, tratamos das mídias nos anos 40, como o rádio e o jornal, que traziam informação e entretenimento ao público batataense. Dando continuidade ao assunto comunicação e entretenimento, falaremos agora das formas e espaços de sociabilidade vivenciados pelos batataenses nesta época, trazendo exemplos recreativos, filantrópicos, beneficentes, culturais, religiosos, esportivos entre outros.
Enfocamos para as edições dos meses de junho e julho, os clubes recreativos que existiram na década de 40 em Batatais. A proposta é apresentar as associações recreativas e culturais, alguns de seus eventos e membros. A forma encontrada foi a cronológica, a partir do surgimento de cada uma.
Nos anos 40, temos notícias da existência de cinco associações recreativas que mexeram com a vida social e cultural da população urbana e mesmo a rural da cidade: a Sociedade Beneficente Recreativa Batataense (mais conhecida como Sociedade Italiana), a Associação Beneficente Recreativa Operária (ABR Operária), a Sociedade Recreativa 14 de Março (Clube 14 de Março), a Flor de Maio e a Sociedade Paulista.
Abaixo, representantes de algumas das sociedades recreativas batataenses em 1941.
Iniciamos a nossa apresentação com um dos primeiros clubes sociais de Batatais, fundado por membros da comunidade italiana aqui residentes no fim do século XIX e que perdurou até meados da década de 50 do século XX: a Sociedade Beneficente Recreativa Batataense (SBRB).
BREVE HISTÓRICO DOS PRIMÓRDIOS DA SOCIEDADE BENEFICENTE RECREATIVA BATATAENSE (SOCIEDADE ITALIANA)
A primeira associação de caráter recreativo que funcionou em boa parte dos anos 40 em Batatais da qual recuperamos alguns dados históricos foi a Sociedade Beneficente Recreativa Batataense. Talvez os leitores conheçam a SBRB por seu nome mais popular: Sociedade Italiana ou somente Italiana.
A SBRB foi originalmente chamada de Societá Italiana di Beneficenza e Mutuo Soccorso di Batataes até 1939; por um breve período teve seu nome social mudado para Sociedade Ítalo-Brasileira; em seguida, ficou sem funcionar legalmente entre 1942 e 1945; neste mesmo ano, ressurge com o nome de Sociedade Beneficente Recreativa Batataense (SBRB).
Como o nome original indica, a associação foi criada por representantes da comunidade italiana – italianos natos, naturalizados e descendentes – que viviam na cidade de Batatais e que durante anos não abriram mão da condição étnica para ser associado da entidade.
Toda essa mudança de nomes e estatutos sociais esteve relacionada a política xenofóbica de Vargas e ao posicionamento bélico do Brasil durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), forçando associações de cunho étnico e mutualista a se dissiparem ou mudarem seus estatutos; passando pela aprovação do governo federal.
Quanto aos primórdios da SBRB, podemos afirmar que a associação é fruto da fusão, ocorrida em 1917, de duas ‘sociedades italianas’ existentes na cidade. A mais antiga, fundada em 1893, a Societá Italiana di Beneficenza e Mutuo Soccorso de Batataes e a Sociedade Italiana Filocarística ou Fratelanza Italiana, criada em 1901.
Essas duas sociedades tinham um misto de caráter recreativo e de mútuo socorro com o objetivo de prestar serviços diversos a seus membros, como assistência à educação, assistência médica, assistência farmacêutica, assistência hospitalar, assistência funerária e, até pecuniária. Elas ofereciam para recreação e entretenimento aos associados festas, bailes, tômbolas, excursões, piqueniques, quermesses, saraus, biblioteca, espetáculos teatrais, musicais e corsos no Carnaval (DIÁRIO DE BATATAES,19/03/1907).
A existência de duas ou mais sociedades italianas já foi contestada; porém em vários documentos encontramos referências a pelo menos ‘duas italianas’ existindo concomitantemente por alguns anos. Por exemplo: Em 1910, numa referência às homenagens fúnebres rendidas à Porsena Galeotti, membro da comunidade italiana, temos a citação das duas sociedades italianas: “Estavam presentes as sociedades italianas ‘Filocarística’ e ‘Mutuo Soccorso’ e as bandas ‘Euterpe’ e ‘Carlos Gomes’.” (A GAZETA, 09/07/1910, n. 125)
As Sociedades Italianas tiveram funções mais recreativas, embora as funções beneficentes e mutualistas também tenham existido de maneira restrita, com pequena assistência médico-farmacêutica a alguns poucos “associados, indigentes ou ‘necessitados’ de origem e/ou descendência italiana, desde que não fossem doenças incuráveis ou venéreas, acidentes de trabalho, brigas ou embriaguez”. (Estatutos da SIBMS). Abaixo trazemos alguns exemplos deste assistência:
“Agradecimento do sr. João Ponte, presidente da Italiana pelos serviços voluntários do Dr. Raymundo Justiniano de Oliveira”. (Diário de Batataes, 19/03/1907)
“realizou-se simpática festa de caráter beneficente na Sociedade Italiana Di Mutuo Soccorso. Os resultados foram destinados aos associados desvalidos da agremiação. Efetuou-se a solenidade da colocação do Sr. Domingos Bove, como presidente, na sede social.” (GB, 03/05/1914)
“No belo salão da Sociedade B.R. Batataense, realizar-se-á no próximo dia 08, sábado, um baile, em benefício do sr. Leonardo Zecchi que terá que submeter-se, em breve, a melindrosíssima intervenção cirúrgica. No intervalo das dansas haverá um leilão, revertendo o produto local do festival a favor do beneficiado. O povo e comercio batataense, naturalmente vão concorrer para o completo êxito dessa festa de filantropia”. (GB, 02/02/1947)
Os fundadores e sócios dessas sociedades eram imigrantes ligados às atividades urbanas manufatureiras, comerciais e de serviços existentes na época: alfaiates, pedreiros, sapateiros, oleiros, padeiros, barbeiros, modistas, dentistas práticos, parteiras, tipógrafos, entre outras atividades. Apesar da maioria dos sócios ser moradora do ambiente urbano, temos relatos de que os colonos italianos, trabalhadores das fazendas, embora geralmente não fossem sócios, frequentavam os salões e festas promovidas pelas agremiações.
Ao que tudo indica, ser sócio de uma ou das duas sociedades trazia certas vantagens não só pelos benefícios e vida social que proporcionava ao associado, como também dava um status privilegiado frente a própria comunidade italiana e à sociedade batataense.
O primeiro documento que dá notícias sobre a efetiva existência da Società Italiana di Beneficenza e Mutuo Soccorso di Batataes, encontra-se no Arquivo da Câmara Municipal de Batatais, é datado de 04 de maio de 1894, assinado pelo seu presidente, Raymundo Tambellini, onde solicita isenção de taxa de pagamento para realização de espetáculo beneficente no teatro local.
A Società Italiana di Beneficenza e Mutuo Soccorso di Batataes foi fundada em 02 de abril de 1893 conforme consta em seus estatutos. Porém, quando do ano de seu 19º aniversário de fundação, esta sociedade, “resolveu celebrar sua fundação em 02 de junho de 1893, a fim de celebrar neste dia também o aniversário do nascimento do grande e imortal batalhador Giuseppe Garibaldi – l’eroe dei due mondi.” (GB, 26/05/1912)
Segundo consta em documento abaixo, a Società Italiana di Beneficenza e Mutuo Soccorso di Batataes adquiriu terreno em 1897, quando era seu presidente Gabriel Cerri.
A sede social da SIBMS ficava num barracão construído pela entidade, na Praça da Santa Cruz n.1 onde funcionou, após a fusão das Italianas, a partir de 1919 o maquinário para beneficiar arroz dos Irmãos Venturoso. O barracão ainda existe e nele funciona a Cervejaria Caballa.
A Società Italiana Filocarística foi fundada em 1901 e seu primeiro presidente foi Adolpho Vietti, representante consular italiano de Batatais, alfaiate e homem ligado ao mundo das artes cênicas. Teve sua sede social construída à Rua Coronel Joaquim Alves. Ao que parece a aquisição do terreno recebeu a ajuda de autoridades políticas, entre elas Altino Arantes.
“A importante sociedade italiana Filocarística, desta cidade adquiriu óptimo terreno, à rua Direita, para edificação de um prédio para sua sede social.” (GB, 16/04/1911, N. 163)
“A sociedade Fratelanza desta cidade lançou a 1ª. pedra fundamental do edifício que vai construir à rua Coronel Joaquim Alves, destinado a sua sede (GB,13/05/1912) …
“A Sociedade Italiana de Mutuo Soccorso Filocarística realizou um explendido sarau dançante. Este foi o primeiro que a sociedade realizou no edifício próprio, por ella construído.” (GB, 27/03/1913)
“Inaugura-se hoje, ao meio dia, no vasto salão do prédio da Sociedade Fratelanza, à rua Coronel Joaquim Alves, um magnifico e bem instalado tiro ao alvo.” (GB, 15/03/1914, n. 395).
Desde o início da década de 10, a discussão sobre a fusão das Italianas já existia, o que veio a acontecer em julho de 1917. A junção da Società Italiana di Beneficenza e Mutuo Soccorso de Batataes e da Società Italiana Filocarística foi noticiada pela imprensa com entusiasmo:
“sob a denominação de Societá Italiana de Beneficenza e Mutuo Soccorso ficou constituída nesta cidade uma sociedade italiana, em substituição às duas que existiam, uma das quais com aquele mesmo nome e outra com o nome de Societá Fratelanza Italiana.” (GB, 08/07/1917, n. 562)
“as duas sociedades beneficentes que a colônia italiana manteve até há poucos dias nesta cidade, realizaram Domingo uma pequena festa em regozijo da fusão em uma só com a denominação SOCIETÁ DI BENEFICENZA E MUTUO SOCCORSO. A sociedade que tinha sua sede social no bairro do Castello veio incorporada de suas bandeiras buscar os sócios da Fratelanza italiana que tinha sua sede na rua Coronel Joaquim Alves. Regressando ao bairro do Castello, acompanhados pela Euterpe Batataense, as duas sociedades realizaram uma sessão extraordinária em que orou longa e brilhantemente sobre a união Italiana, o sr. Anibal Peruzzi. Ocorreu baile em comemoração à Unificação das Italianas.” (A CIDADE, 14/07/1917, n.66)
Nas décadas de 20 e 30, a entidade, pelo observado com a leitura dos jornais, viveu seus áureos momentos recreativos com constantes bailes, saraus, piqueniques e excursões e corsos nos dias de Momo. Apoiou inclusive, a criação e funcionamento de outras agremiações recreativas, como a ABR Operária.
Nos final dos anos 30 e nos anos iniciais de 40, passou a sofrer com o desinteresse dos associados pelo futuro da sociedade. Encontramos registros do não comparecimento de seus associados às reuniões e formações de chapa, repetidas convocações para formação de nova diretoria e assim, o número de sócios contribuintes foi reduzindo com o tempo.
Para acelerar esse processo de desmantelamento, no período compreendido entre 1938 e o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945, a entidade teve que se submeter a diversas mudanças que foram minando sua existência.
Com o decreto 383 de 18/04/1938 que proibia aos brasileiros nativos ou naturalizados, mesmo sendo filhos de estrangeiros, pertencer a clubes e sociedades com fins culturais, de benemerência ou assistenciais, fundadas por imigrantes fez com que as sociedades italianas como a nossa, tivessem que mudar seu nome social e estatutos.
“Os associados da Societá Italiana di Mutuo Soccorso, que desde de 02 de abril de 1893 vinha usando o nome acima citado, com toda lisura e máximo respeito, e em virtude do que foi pre-estabelecido pelo Decreto 383, assinado pelo exmo. Snr. Doutor Getúlio Vargas, M.D., chefe supremo de nosso governo vem comunicar-lhes que em obediência ao aludido decreto, a extinta Sociedade, dora avante, com aprovação de todos os seus associados presentes passou a denominar-se Sociedade Italo-Brasileira, cujo estatuto de acordo com a mesma lei foi aprovado por unanimidade.” (GB, 13/01/1939)
Essa mudança para Sociedade Ítalo-Brasileira não foi suficiente para convencer as autoridades da lisura da colônia estrangeira local e a entidade foi fechada, quando o Brasil declarou guerra ao Eixo, no ano de 1942 e, assim permaneceu até o fim do conflito, em 1945. A sede foi ocupada pela Legião Brasileira de Assistência (LBA).
Consequentemente, as comunidades alemãs, italianas e japonesas que viviam no Brasil foram vigiadas, perseguidas e proibidas de se associarem de qualquer forma. Entre outras medidas impostas, tivemos o registro dos estrangeiros na polícia, salvo-conduto, obrigatoriedade da naturalização, rapto de aparelhos de rádio de estrangeiros entre outras medidas.
Vale acrescentar que alguns moradores locais também participaram denunciando e delatando possíveis inimigos da pátria brasileira.
“os inimigos internos, os traidores da Pátria, os simpatizantes do Eixo, toda essa corja que bem merece o título ignominioso de ‘Quinta-Coluna’, tanto fez em Batatais, tanto experimentou a paciência deste povo cuja educação e prudência são peculiares, que a massa batataense levantou-se num justo e verdadeiro movimento de repulsão a tais indivíduos (…) no que vimos no dia 9 do corrente. Não foram ações isoladas, foi a massa batataense; ao lado dos chefes de famílias, de homens formados estava a mocidade (…) e dentro desse propósito, foram feitas passeatas pelas nossas ruas e foram pichadas as casas de inúmeros daqueles que deixaram de merecer a nossa confiança, e de muitos daqueles que traíram o nosso amor pátrio, (…). (TB, 13/09/1942)
“O número de afeiçoados do Eixo aqui é grande, e se uma parte é prudente, silenciosa, respeitadoura portanto, a outra é audaciosa (…) criaturas corrompidas que desrespeitosamente imitam os gestos cinemáticos dum Mussolini, dum Hitler ou de uma futura vítima do ‘hara-Kiri’”. (TB, 21/06/1942)
Depois de anos de guerra, não tão fáceis para os imigrantes e seus descendentes, a Italo-Brasileira, para ter continuidade e manter seu patrimônio enquanto associação, com o fim da guerra em 1945, precisou mais uma vez mudar sua identidade social. Essa mudança foi solicitada pela entidade em lei, logo após a Segunda Guerra Mundial.
Em 1945, logo após o fim dos complicados anos da 2ª Guerra Mundial (1939-1945), a então denominada Sociedade Ítalo-Brasileira (antiga Sociedade Italiana), entidade representativa da colônia italiana local, depois de um período suspensa (1942-1945), para continuar a existir, teve que, novamente, mudar sua razão social e respectivos estatutos para Sociedade Beneficente Recreativa Batataense.
“Afim de ultimar o processo e fazer a entrega do prédio da antiga SOCIEDADE ÍTALO-BRASILEIRA esteve nesta cidade o sr. Manoel O. Moreira, assistente técnico de Diversões do Departamento Estadual de Informações. Aquela Sociedade se encontra registrada e devidamente legalizada, sob o nome de S.B.R.B. e tem como presidente o sr. ADOLPHO BIANCO, tesoureiro o sr. ALFREDO SCHIEVANO e secretário o sr. JOSÉ VENTUROSO SOBRINHO. Merece especial destaque o trabalho +desenvolvido pelos srs. Dr. FRANCISCO ARANTES JUNQUEIRA, LUIZ AFFONSO CINALLI e MOACYR JOSÉ FERREIRA, na organização de complicado processo e obtenção de registro definitivo. É uma sociedade beneficente e tem apreciável patrimônio. A sede principal vem sendo ocupada pelo C.M. da LBA, que alí continuará utilizando uma das salas para seu expediente.” (OJ, 26/10/1945)
A SBRB foi reaberta aos associados oficialmente no dia 22 de outubro de 1945 e para celebrar promoveram um baile de reabertura com a Band Jazz Trianon. (OJ, 18/11/1945)
Em 1946, com as reformas empreendidas pela SBRB em sua sede social, a LBA que ocupava uma das dependências do prédio “transferiu a sua sede local para a uma sala contígua à Casa da Lavoura na Praça Cônego Joaquim Alves, graças aos esforços da sra. presidente interina, Prof. Clarisse de Paula Teixeira e a boa vontade do sr. Dr. Antônio Nogueira de Oliveira, agrônomo regional. (…)” (OJ, 02/06/1946)
“A Diretoria da Sociedade Beneficente Recreativa Batataense, fazendo inaugurar o seu novo, luxuoso e vasto salão de festas, fará realizar nos dias 07 e 14 do corrente, dois grandiosos bailes para os quais distribuiu gentis convites…” (OJ, 06/09/1946)
Em 26/01/1947, a SBRB, apresenta uma lista dos benefícios aos associados, o que demonstra que mesmo depois da década de 40, havia um compromisso da instituição em ajudar de alguma forma seus associados.
Um ano após as reformas e nova reabertura, em 1947, a sede da SBRB foi cogitada para receber as instalações da Rádio Difusora, o que não aconteceu a princípio. A Rádio Difusora ocupou as salas de outra agremiação, a ABR Operária, de 1947 a 1953. A antiga Italiana recebeu as instalações da emissora local em sua sede entre 1953 a 1957.
No dia 04 de maio de 1956, estiveram reunidos, na sede social da SBRB, os poucos sócios restantes, em assembleia extraordinária, para decidir pela dissolução oficial da dita agremiação e deliberar sobre o destino de seu patrimônio. Conforme ata da reunião, estiveram presentes: Romulo Venturoso, Adolpho Bianco, João Segatto, Alfredo Schievano, Alcides Valentini, Mário Baldochi, Amélio Baldochi, Caetano Morsoleto e Dario Venturoso.
O presidente, Rômulo Venturoso, teria salientado durante a assembleia que “há muito ocorrerá a dissolução de fato da Sociedade, de vez que o número de sócios estava reduzido a menos de 10 pessoas, contrariando as disposições do artigo 31 do estatuto, o qual prevê a dissolução de pleno direito; reafirmou ainda que a sociedade há muito vinda se arrastando, divorciada de seus objetivos.
Isso posto, teve fim a trajetória da brilhante Sociedade Beneficente Recreativa Batataense, antiga Italiana, com a doação de seu patrimônio à Conferencia São Vicente de Paula.
SIBMS – Sociedade Italiana de Beneficenza e Mútuo Soccorso fundada em 02/04/1893
SIF – Sociedade Italiana Filocarística fundada em 10/06/1901 e fundida à SIBMS em 1917
SIB – Sociedade Ítalo-Brasileira, nome modificado em 1938
SBRB – Sociedade Beneficente Recreativa Batataense, ressurgida com o novo nome em 1945
DIRETORIAS DAS ASSOCIAÇÕES ITALIANAS
Ano verificado/ sociedade identificada/ nome e cargo
1893/1894 – SIBMS – presidente: RAIMUNDO TAMBELLINI; sócios-fundadores: JOÃO PONTE, EMYDIO BRUNO, MIGUEL CONDE, FRANCISCO DEL CARLO, ANTONIO PERRONI, NUNCIO MERINCOLE, BALDO CATAPANI, HUGO BALDO, DANIEL TAMBELLINI, MIGUEL PARENTE, AUGUSTO FABBRI, LUIZ TAMBELLINI, DESIDERIO POZZO, FELIPE CASELLA, DAVID ANELUSSE, LUIZ LUPPATO, BORSATO GIUSEPPE, VICENTE DATENA, FRANCISCO PIZA, PEDRO MASCAGNI, AGAPITO LIPPARELLI, NICOLA FERRARI, JOSÉ DROSGHIC, FELIPE CAZELLA, BADINI BENEVENUTO, AFFONSO FELCITTÁ, EGYDIO ZACCARI, MIGUEL PUCCINELLI.
1897 – SIBMS – presidente: GABRIEL CERRI (Faleceu em Luca, em dezembro de 1916, aos 70 anos, residiu em Batatais por mais de 50 anos)
1899 – SIBMS – presidente: JOÃO PONTE
1901/1902 – SIBMS – presidente: JOÃO PONTE; secretário: HIPPOLITO CATTAPANI
1901 – fundação da SIF – presidente: ADOLPHO VIETTI (CMB)
1907 – SIBMS – presidente: JOÃO PONTE; secretário: DOMINGOS BOVE.
1907 (MARÇO A AGOSTO) – SIBMS – presidente: DOMINGOS BOVE; vice-presidente: Luiz Tambellini; tesoureiro: PEDRO DONZELLI; sócio: HYPOLITO CATAPPAN, ANIBILE PERUZZI.
1907 – SIF – presidente: ALEXANDRE FAZION
1909/1910 – SIF – presidente: ALEXANDRE FAZION; membros: BONFÁ, NATALE e ROMULO VENTUROSO. (GAZETA, 2611/1910)
1911 – SIF – presidente: GUILHERME ROSADA; alguns membros: ALESSANDRO FAZION, NATALE BONFÁ, LAO SEGALA, GIOVANNI PONTE, SOPRANSETTI MARINO, VENTUROSO GIUSEPPE, NOVELLI GIUSEPPE, CORDIANO DEGANI, VALENTINI GIUGLO, ZIVIANI ATÍLIO, DROSGHIC GIUSEPPE, RICCI ANTÔNIO, BRAMBILLA LUIGGI, DROSGHIC GIUSEPPE FIGLIO, GIOVANNI MORELLO, ROMOLO VENTUROSO. (GB, 26/02/1911 e 07/05/1911)
1912 – SIBMS – presidente: DOMINGOS BOVE; vice-presidente: LUIZ TAMBELLINI; secretário: ANTÔNIO BERTAZZO; vice-secretário: MAURIZIO BONVINI; tesoureiro: PEDRO BIANCO; 2º tesoureiro: LUIZ LUPATO; conselheiros: CELSO MARTINI, JOSÉ ROSSI, PEDRO DAVINI, DOMINGOS BORSATO, JOSÉ CERIBELLI, NICOLAU GONINI. Alguns membros foram reeleitos. (GB, 31/03/1912)
1912 – fundação da Unione e Fratelanza – presidente: Romeu Coraucci (proprietário do Bazar Moderno, Rua da Quitanda)
1913 – SIF – presidente: CAPITÃO ANSELMO TAMBELLINI. (GB, 02/10/1913)
1914 – SIBMS – presidente: DOMINGOS BOVE.
1917 – FUSÃO DAS DUAS ITALIANAS, FICANDO COM O NOME SIBMS (GB,08/07/1917)
1919 – SIBMS – presidente: JOÃO PESENTE; vice-presidente: ROMOLO VENTUROSO; 1º secretário: CASSIMIRO PUCINELLI; 2º secretário: CARLOS FUGAZZOLA; tesoureiro: HERMÍNIO LAZZARINI; 2º tesoureiro: BAPTISTA PESENTI; conselho: JOSÉ VENTUROSO, PEDRO BRANCO, GUILHERME ROSADA, ANNIBAL MAGNI, ANTENOR ZIVIANI, HENRIQUE GARBELLINI e ROMOLO VENTUROSO. (GB, 27/04/1919)
1922 – SIBMS – presidente: ROMULO VENTUROSO; vice-presidente: JOÃO PESENTI; 1º. Secretário: CASIMIRO PUCINELLI; 2º secretário: CARLOS FUGAZZOLA; 1º tesoureiro: HERMÍNIO LAZZARINI; 2º tesoureiro: ADELINO SIMIONI. Novos sócios: DR CARMELO TIMPANELLI, JOÃO PAULINO DA COSTA, TOBIAS TOLENTINO DE TOLEDO, GUIDO GURIAN, FRANCISCO ALEIXO, GUSTAVO SIMIONI, PRIMO CONTADINI, HENRIQUE COSELI, PEDRO TASSINARI, ANGELO MASOLETO, VICTORIO FAZZION, FRANCISCO MARTINI, BRUNO CORAUCCI, LUIZ CINALLI, ERNESTO CINALLI, FRANCISCO FAGGIONI, AUGUSTO CARLETI, ANTONIO MENARDI, UMBERTO BOARETTO, ANTONIO MARCOLA, ARTURO ZAPAROLLI, SALVADOR RIGOTTO, ANGELO TOFETTI, CONSTANTE TANGA, ALFREDO MELEGA, HENRIQUE LORENZATO, AMÉRICO CAROLI, AUGUSTO MORANDI, FERNANDO LAVAGNOLI, JOSÉ TANGA, JAYME SCATENA, JACOMO PESENTI e FRANCISCO PANI. (GB,20/08/1922)
1923 – SIBMS – SIBMS – presidente: ROMULO VENTUROSO; vice-presidente: JOÃO PESENTI; 1º. Secretário: CASIMIRO PUCINELLI; 2º secretário: FRANCISCO SCARCIELLO; 1º tesoureiro: HERMÍNIO LAZZARINI; 2º tesoureiro: ADELINO SIMIONI; conselheiros: CARMINE DELFILICIBUS; PEDRO BIANCO, CARLOS SEBASTIANI, BAPTISTA PESENTI, JOSÉ VENTUROSO E PIO DAMI; porta-bandeira: SANTO SEGATO e GUIDO GURIAN; comissão de contas: FRANCISCO ALEIXO e DANTE VICENTINI.
1924 – SIBMS – presidente: JOÃO PESENTI. (ACMB)
1926 – SIBMS – presidente: RÔMULO VENTUROSO; vice-presidente: JOÃO PESENTI; 1º secretário: CARLOS FUGAZZOLA; 2º secretário: MARCELO GIRARDI; tesoureiro: ZEFERINO GIRARDI; 2º tesoureiro: FRANCISCO SCARCIELLO; conselho: JOSÉ VENTUROSO, GUILHERME BALDOCHI, CARMINE DEFILICIBIUS, CONSTANTINO TANGA, JOSÉ TESTA e BAPTISTA PESENTI. (GB, 16/05/1926)
1930 – SIBMS – presidente: CARMINE DEFILICIBUS; vice-presidente: ROMULO VENTUROSO; 1º secretário: CASEMIRO PUCCINELLI; outros membros da diretoria: FRANCESCO SCARCIELLO e GIOVANNI PESENTI
1934 – SIBMS – presidente: GUILHERME BALDOCHI – Ocorre mudança estatuto (ACMB)
1936 – SIBMS – presidente: CARMINE DEFILICIBUS.
1937 – SBMS – presidente honorário: CARMINE DEFILICIBUS; presidente: GUILHERME BALDOCHI; presidente interino: JÁCOMO CAMPI; vice-presidente: JÁCOMO CAMPI; 1º secretário: ASSIMIRO PUCCINELLI; 2º secretário: GUIDO MANFRÉ; tesoureiro: ARTHUR SIENA; 2º tesoureiro: JOÃO SEGATO; conselheiros: ALFREDO SCHIEVANO, LUIZ RAYMUNDO, PEDRO PESENTI, DANTE VICENTINI, AUGUSTO CARLOTO, ERNESTO LUNARDI; suplentes: MANOEL TOFETTI, GUIDO GURIAM, DONATO VENTUROSO; cobrador: BIAGI SEGATTO; porta-bandeiras: CARLOS FURLANIS e BRUNO GURIAM; chefe comissão de bailes: HUMBERTO FAZZION.
1938 – SIBMS – presidente: CASIMIRO PUCCINELLI.
1938 – Com a implantação do Decreto-Lei n. 383 de 18 abr. 1938, as associações estrangeiras deveriam se nacionalizar e os brasileiros natos e naturalizados estavam proibidos de participar de associações fundadas e dirigidas por estrangeiros com fins beneficentes e mutualistas. (TB, 05/02/1939)
1939 – SIB – presidente: JACOMO CAMPI; vice-presidente: ROMULO VENTUROSO; 1º secretário: CASIMIRO PUCINELLI; 2º secretário: ADOLPHO BIANCO; 1º tesoureiro: ALFREDO SCHIEVANO; 2º tesoureiro: DANTE VICENTINI. (TB, 05/02/1939). Conselheiros: GUILHERME BALDOCHI, BIAGI SEGATO, HUMBERTO BOARETTO, AUGUSTO CARLETTI, JOÃO PESENTI E PEDRO SIBIM/ suplentes: ANGELO LORENZETTI, GUIDO GURIAN e MANOEL TOFETTI – 166 sócios: 17 italianos natos e brasileiros (a maioria descendente de italianos)
1940 – SIB – presidente: JACOMO CAMPI, a mesma diretoria de 1939 Mudança de conselheiros (TB,14/01/1940)
1941 – SIB – presidente: ROMULO VENTUROSO; vice-presidente: ADOLFO BIANCO; 1º secretário: CASIMIRO PUCCINELLI; 2º secretário: ACÁCIO CRISTAL; 1º tesoureiro: ALFREDO SCHIEVANO; 2º tesoureiro: DANTE VICENTINE; sindicância: ARTHUR SIENA, ANGELO LORENZETI, BIAGE SEGATO, HUMBERTO BOARETO, GUILHERME BALDOCHI e VICENTE TAGLIONI. (TB, 12/01/1941)
1941 – Tribuna de Batatais em 24/05/1941 notifica o falecimento de HERMINIO LAZZZARINI e faz referência a sua função de presidente das Italianas cargo que “exerceu por várias vezes”.
1942 – SIB – presidente: ADOLFO BIANCO; vice-presidente: ANGELO LORENZETI; 1º secretário: CASSIMIRO PUCINELLI; 2º secretário: DANTE VICENTINI; 1º tesoureiro: ALFREDO SCHIEVANO; 2º tesoureiro: ACÁCIO CRISTAL; conselheiros: ROMULO VNTUROSO, VICENTE TAGLIONI, HUMBERTO BOARETO, ARTHUR SIENA, GUILHERME BALDOCHI e MANOEL TOFETI. (TB, 11/01/1942)
1942-1945 – ocorre uma tentativa de legalizar a agremiação de acordo com a legislação – indeferida As atividades da associação estiveram suspensas e na sede da ‘Italiana’ funcionou por força de decreto a Legião Brasileira de Assistência (LBA).
1945 – SBRB – presidente: ADOLPHO BIANCO; tesoureiro: ALFREDO SCHIEVANO; secretário: JOSÉ VENTUROSO SOBRINHO.
1946 – SBRB – presidente: ADOLPHO BIANCO; vice-presidente: Dr. OSWALDO SCATENA; secretário: MOACIR JOSÉ FERREIRA; 2º secretário: HENRIQUE BRAGA; tesoureiro: ROMULO VENTUROSO; 2º tesoureiro: JULIO BONACORSI; sindicância: GUILHERME BALDOCHI, HUMBERTO BOARETTO, PLÍNIO GIRARDI; suplentes: JOSÉ VICENTE DE OLIVEIRA e SALIM MANSUR. (OJ, 10/01/1946)
1947 – SBRB – presidente: ADOLPHO BIANCO (OJ, 26/1/1947)
1953/1954 – SBRB – presidente: JOSÉ VENTUROSO FILHO. (FB, 13/06/1954)
1954/1955 – SBRB – presidente: ROMULO VENTUROSO; vice-presidente: ADOLPHO BIANCO; 1º secretário: DARIO VENTUROSO; 2º secretário: BIAGIO SEGATO; 1º tesoureiro: MARIO BALDOCHI; 2º tesoureiro: ALFREDO SCHIEVANO; orador oficial: DR. J. MACHADO TAMBELLINI; conselho fiscal e sindicâncias: CAETANO MORSOLETTO, BRUNO GURIAN, JOÃO SEGATO; suplentes: ALCIDES VALENTINI, ERCIO VICENTINI, AURELIO BALDOCHI. (FB, 27/06/1954)
1956 – SBRB – presidente: JOSÉ VENTUROSO FILHO.
Em Batatais, o grupo italiano não foi o único a organizar uma entidade de estrangeiros de ajuda mútua. Há indícios de que a comunidade sírio-libanesa local tenha criado uma entidade recreativa em 1929. Poucas são as notícias sobre a SOCIEDADE BENEFICENTE SÍRIO-LIBANESA DE BATATAES. Além da sua criação em 1929, encontramos em 1933, a relação de nomes da nova diretoria eleita da dita sociedade. (FB, 17/06/1933)
JARDINÓPOLIS – Em 1907, o periódico DIÁRIO DE BATATAES, informa o surgimento de uma ‘sociedade italiana’ em Jardinópolis.
BRODOWSKI – Em fevereiro de 1911 tem início o processo de abertura e funcionamento da SOCIEDADE ITALIANA DE MUTUO SOCCORSO DANTE ALIGHIERI na cidade de Brodowski. De acordo com o semanário GAZETA DE BATATAES (12/02/1911, n.154), a nova sociedade possuía sede própria, elevado número de sócios e teria sido fundada com o apoio das ‘Italianas’ de Batatais. Foi montada uma mesa diretora para abrir a sociedade: ALDO POZZI, presidente; JOSÉ BONFÁ, vice-presidente; FREDERICO GRANDISALE, tesoureiro e ANGELO SEGHETTO, secretário. A nova sociedade constituiu no ato uma comissão encarregada da inauguração oficial, sendo: ALDO POGGI, GIUSEPPE BONFÁ, FREDERICO GRANDISOLI, DOMENICO GRECO, ATÍLIO GREGGIO’. Após a fundação oficial, houve a posse da Diretoria eleita pela maioria dos sócios em assembleia. Foram eleitos: presidente – ALDO POGGI; vice-presidente – ANGELO SEGHETTO; secretário – JOSÉ BONFÁ; tesoureiro – FREDERICO GRANDISOLI; procurador – PEDRO MURARI; conselheiros: JOSÉ CHRISTAL, JOSÉ POLTRONIERI, ATÍLIO GREGIO, ANIBAL POLLONI, DOMINGOS GRECO, LUIZ POLTRONIERI e CÉSAR GALVANI.