Este ano, em função das medidas de combate à disseminação do Coronavírus, a Agrishow 2020 – Feira Internacional de Tecnologia Agrícola, que aconteceria de 27 de abril à 1º de maio, em Ribeirão Preto, foi adiada. Em Batatais, algumas empresas do setor industrial de máquinas e equipamentos agrícolas que participam como expositoras e empresas de outros setores, como o de hotelaria, sofreram os impactos econômicos e foram prejudicadas pela postergação do evento, que ainda não tem data marcada para acontecer ainda nesse ano. Para falar sobre o assunto, a nossa reportagem entrou em contato com algumas empresas:
Fundição Batatais
Segundo Luís Carlos Cunha Júnior, supervisor de vendas da Fundição Batatais, o adiamento do evento impactou de muitas formas a empresa, principalmente a parte de relacionamento com clientes, vendas e contatos. “Quando falamos de Agrishow sendo a maior e mais importante feira do Agronegócio do Brasil, falamos de uma oportunidade de efetivar vendas e desenvolver parcerias comerciais importantes. Não temos como calcular diretamente o percentual de impacto em nosso faturamento, pois quando falamos de uma feira como a Agrishow, temos uma expectativa do antes, durante e pós feira, ou seja, tudo pode acontecer”, comentou Junior.
Segundo o empresário, para a Fundição Batatais o período da feira é a oportunidade de firmar as parceiras que a empresa tem, pois estar ali “juntos” proporciona uma segurança também aos clientes. “Sem levar em conta que podemos nesse período iniciar o relacionamento com grandes montadoras. Mas talvez o maior impacto seja o pós-feira onde realmente os contatos se transformam em negócios, e aí sim impactando diretamente no faturamento da empresa”, disse.
Jumil
Segundo o empresário Rubens Dias de Morais é um momento em que as empresas apresentam seus grandes lançamentos, um evento que atrai obrigatoriamente, as maiores autoridades políticas do país, BNDES e bancos estatais e privados, ali se discutem políticas sobre o Agronegócio, atrai ao redor de 160 mil visitantes do Brasil e do exterior, potenciais compradores; todos, durante a semana vem a nossa ‘casa’. “A não realização nos obriga a irmos à casa de cada um, e isso é impossível. Um prejuízo enorme. Certamente, estamos falando de números expressivos. Como é a primeira vez que acontece confesso que não dá para calcular, pois além dos negócios no Brasil perderemos oportunidades de exportação”, ressaltou. Como medida alternativa, a Jumil, através do seu marketing, preparou algumas mensagens que estão circulando nas redes sociais, já há alguns dias, dando as boas-vindas à ‘Agrishow virtual’, depois enviando linha de produtos atuais e lançamentos, com folhetos e vídeos, oferecendo bônus de descontos atrativos, direcionados aos revendedores de todo o país e do exterior, esperando que tragam resultados. “Eu, particularmente, não acredito que possa haver alguma solução para compensar as perdas que ocorrerão, impossível e devo lembrar que outras feiras subsequentes, importantes para a Jumil, foram canceladas, como a Tecnoshow em GO. Agrobrasilia e outras mais. O importante é lutar e vencer os desafios, sem dúvida é o que a Jumil e seus colaboradores estão fazendo, com muita garra e determinação, fé em Deus, vamos vencer as dificuldades e o Coronavírus”, finalizou Morais.
Marispan
Já para Paulo Nascimento Neto, diretor da empresa Marispan, o adiantamento da Agrishow 2020 é o menor dos problemas perto da gravidade da pandemia. “A importância da feira é inegável, mas nos últimos anos vem se tornando mais institucional para empresas participantes. As vendas originadas na Agrishow não são relevantes para Marispan. Mas os revendedores de tratores e máquinas são os mais impactados e isso pode refletir nas vendas nos próximos meses”, comentou Paulo. Para contornar a lacuna deixada pela não realização da feira, Paulo informou que a Marispan está intensificando ações para identificar oportunidades de negócio na internet. O departamento comercial da empresa está se adaptando em uma nova metodologia, acompanhado e dando suporte para cliente a distância.
Outros setores também foram impactados
Além das empresas de máquinas e equipamentos agrícolas de Batatais, outros setores ligados de forma indireta à realização da Agrishow também foram atingidos, entre eles, o setor de hotelaria, que reserva toda a sua estrutura para atender hospedes do evento e outros seguimentos que acabam recebendo um percentual desses visitantes, como restaurantes e postos de combustíveis.
No Castelo Palace Hotel, a nossa reportagem conversou com a gerente administrativo Priscila Brandão Agnesini, que nos informou que todos os quartos já estavam reservados para hospedes ligados à Agrishow, entre os dias 25 de abril a 1º de maio. As reservas foram adiadas pela postergação do evento. “Com certeza o adiamento da Agrishow prejudicou o faturamento, pois é o melhor evento que temos durante o ano. São praticamente 10 dias com 100% de ocupação total do hotel. Consideramos a “Agrishow” o nosso Natal e esse ano com certeza não teremos”, ressaltou Priscila. O hotel estava com 100 % das reservas efetuadas, e com lista de espera. Agora, segundo Priscila, aquelas que não foram canceladas, serão remarcadas quando for informada a nova data da próxima Agrishow. Situação semelhante ocorreu no Candeias Hotel, que também tinha reservas para as datas da Agrishow e foram canceladas.