Foi inaugurado na segunda-feira, 3 de maio, no Claretiano – Centro Universitário, um espaço dedicado ao acervo com mais de 2,8 mil livros de José Olympio, reconhecidamente um dos maiores editores do país nas décadas de 1940 e 1950. A data coincide com seu aniversário de morte, que ocorreu em 3 de maio de 1990, aos 87 anos.
O local foi organizado pelo Claretiano, que detém agora a guarda de dois importantes acervos do livreiro. Um deles, composto por mais de 1.738 exemplares, foi doado ainda na década de 1970 à instituição pelo próprio José Olympio. Já a outra metade, com 1.124 exemplares, estava sob a guarda da Prefeitura Municipal de Batatais. Em 2019, começaram as tratativas entre o órgão público e a instituição de ensino com o objetivo de unificar as coleções, o que se concretizou ano passado.
“Espaço José Olympio”
José Olympio nasceu em Batatais em dezembro de 1902 e se tornou um dos maiores editores de livros do país. Fundada nos anos 1930, sua editora chegou ao auge nos anos 1950, no Rio de Janeiro, tendo publicado milhares de romances e livros acadêmicos de renomados autores. A empresa foi adquirida em 2001 pelo Grupo Editorial Record. De acordo com a bibliotecária Ana Carolina Guimarães, todos os livros foram higienizados, catalogados e tombados.
“Ainda não temos uma previsão de quando poderemos receber o público, por causa da pandemia, mas temos muito orgulho de poder anunciar à sociedade a criação desse espaço com obras tão importantes. Os exemplares do acervo podem ser consultados por pesquisadores e profissionais com prévia autorização e acompanhamento, utilizando luvas e máscaras. Além disso, fizemos a digitalização e indexação do material, em especial das dedicatórias, ampliando o acesso a esses livros”, afirmou.
Obras raras
A bibliotecária Ana Carolina acrescenta ainda que parte do acervo integra o Catálogo do Patrimônio Bibliográfico Nacional (CPBN), que reúne registros bibliográficos que tenham sua raridade justificada, com 11 obras raras.
Entre as obras raras que podem ser encontradas no acervo em Batatais destacam-se “Insônia” (1947), de Graciliano Ramos, “O Tempo e o Vento” (1961), de Érico Veríssimo, “Raízes do Brasil” (1956), de Sérgio Buarque de Holanda, além do “Sagarana” (1956), autografado por Guimarães Rosa.
Todo o material que foi digitalizado pode ser consultado on-line na Biblioteca Virtual do Claretiano, pelo link: https://biblioteca.claretiano.edu.br/pergamum/biblioteca/. Para encontrá-las, basta escolher José Olympio no campo ‘Coleção’ da busca.