Por incompetência e negligência do governo federal que só viu interesse na atividade econômica e não traçou nenhuma estratégia de contenção da covid19 o Brasil desenvolveu a mais letal cepa da pandemia do mundo, a P1 conhecida como Variante Brasileira. Ela começou no Amazonas, estado que vacilou nas prevenções (uso de máscaras, aglomerações…) e está ganhando o país rapidamente, já está na nossa região em Araraquara.
Sua carga viral é dez vezes mais transmissível e atinge fortemente pessoas com idades entre 18 a 57 anos; ela também reinfecta e devido o aumento de sua infecção os casos levam a morte com mais frequência.
Foi uma displicência geral e o monstro foi criado aqui, afinal de contas nos empenhamos muito para que isso pudesse acontecer, trabalhamos em prol do vírus.
Bolsonaro só criou confusão, não deu exemplo no uso das máscaras, desautorizou os estados, retardou a compra das vacinas, gastou muito dinheiro com o tal tratamento precoce com base na cloroquina, enquanto todo mundo sabia que isso não funciona e fica com falácias dizendo que tem um plano que pode melhorar tudo, mas já aponta o STF como impedidor das suas forças ocultas. Um despreparado para o cargo que ocupa, hoje o mundo não aceita cidadãos brasileiros por conta da sua política sanitária. Os números recordes que todos os dias nos assombram por conta da nossa variante, a P1, hoje refletem as festas do final de ano e o começo do carnaval, ainda faltam contabilizar os restantes que foram infectados no fim do carnaval e ainda não entraram os mortos do colapso no sistema de saúde do país.
Esses números chegarão nos próximos 30 a 60 dias. Quase todos os estados brasileiros estão com seus leitos de UTI tomados, em breve todos estarão, pessoas vão morrer em casa por falta de oxigênio, corpos amontoarão nos hospitais, já está sendo assim no Rio Grande do Sul, o Hospital Moinho dos Ventos comprou um contêiner freezer para deixar os cadáveres, e estamos apenas começando a entrar no colapso e quando diminuir os estoques de anestésicos e quando acabar as gazes, até quando vai durar os bancos de sangue? Os profissionais da Saúde estão trabalhando além do limite, trabalham 36 horas e folgam 12 horas, todos exaustos, um pequeno erro pode virar uma catástrofe e como não errar nessas condições?
Para termos um horizonte possível é necessário testar o maior número de pessoas, rastrear e vacinar, junto com o lockdown coordenado pelo governo federal, mas isso ele não vai fazer, seu faro é exclusivamente eleitoreiro, só pensa no segundo mandato. Testar, muito pouco se faz, rastrear nem pensar, e as vacinas estão extremamente lentas e não tem para todos, retardo fruto de sua mente.
E quando vamos atingir então a imunidade coletiva? Isso depende de duas coisas: a eficácia da vacina e o quão transmissível é o vírus. Essa linhagem muito mais transmissível faz subir o limiar dos vacinados e também as vacinas tem que serem mais eficazes, mas toda essa ação tem que ser planejada pelo ministro da Saúde, alguém confia nele que não sabia de uma segunda onda? Que não sabia da falta de oxigênio em Manaus? E que mandou cloroquina, a mando de seu chefe, como tratamento precoce?
É difícil, está triste, mas o pior ainda está por vir.