Bem vindos ao século de XIX, isso mesmo, antes da Gripe Espanhola que foi no século XX em 1918, nesta aprendeu-se a usar máscaras, fazer distanciamentos, evitar aglomerações e outros cuidados básicos que desaprendemos agora. O Brasil não quer adotar medidas sanitárias que deram certo em 1918, voltamos no tempo.
Sem um plano nacional de combate a Covid-19, sem uma estratégia federal, continuamos a enterrar cada dia mais brasileiros. Trocou o ministro da Saúde mais uma vez, porém uma mulher foi chamada para o cargo, a dra. Ludhimila Rajjar que em conversa com o presidente expôs seu plano à frente do ministério, caso assumisse; sua proposta era o mínimo do científico e do razoável como fazer uma campanha de combate ao vírus, usar máscaras, ter um Plano de Cuidado de Pacientes em Hospitais, fazer isolamento, inclusive o lockdown, adiantou que o tal do tratamento precoce com base na cloroquina não funciona e ela não ia trabalhar com essa possibilidade.
Resultado de suas propostas? Não foi aceita para o cargo, foi ameaçada de morte, violência, tentaram invadir o hotel que ela estava hospedada em Brasília mais de uma vez, sua família foi ameaçada, e foi atacada nas redes sociais por todos os lados. Então perguntamos se propor o mínimo é recebido com esse nível de violência, quem vai propor o que? Que esperança temos?
No cenário que vemos hoje 1 em cada 100 pessoas que contrai a Covid-19 morre, se temos 3 mil mortes/dia significa dizer que mais ou menos 300 mil pessoas são infectadas, considerando que essas pessoas ficam infecciosas por 4 a 5 dias por conta da P1, não tardará a termos 2 milhões de brasileiros infectados e aí esses números exponencialmente vão chegar a quantos milhões por dia, 5, 10 milhões de casos/dia? Quantas mortes teremos por dia 5 mil, 10 mil? Esse é o curso natural da doença, para que ela não avance é preciso combatê-la, impedi-la e isso só acontecerá com ações de fechamento, distanciamento, máscaras, vacinação, se deixar o vírus surfar como está acontecendo será um massacre.
Estudos demonstram que se a nossa cobertura vacinal tivesse começado em janeiro, com 500 mil doses a 1 milhão por dia, teríamos evitado 80% das mortes de 2021, ou se o desempenho do Brasil fosse mediano, como a maioria dos países, teríamos evitado 3/4 das mortes, ou seja teríamos poupado mais de 200 mil vidas, mas não é isso que estamos vendo e eu me pergunto, até quando iremos presenciar nosso governante degustar o seu maligno chá de cadáver?