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Homepage > Colunas > Maria Cristina Menezes Valenciano > A sobrevida das pessoas de almas perfumadas
12 de junho de 2020

A sobrevida das pessoas de almas perfumadas

Vivemos dias difíceis. A pandemia veio pesar ainda mais a realidade já vivida por situações problemáticas relacionadas a economia, questões ambientais preocupantes e irreversíveis, intolerância acerca de diferenças raciais, culturais, sexuais e afetivas, e questões mais marcantes sobre os desentendimentos entre humanos, realidades que sinalizam a  descaracterização do que se sabia sobre vínculos familiares etc. Assim, antes da pandemia tínhamos graves problemas, essa não é o único problema.

Neste texto, a pretensão é a abordagem por outros pontos, uma vez que   existe grande abordagem diária pelos meios de comunicação de massa das citações anteriores.

Nosso enfoque é sobre as pessoas que perderam a vida e as outras que são ameaçadas de contágio pela pandemia em curso, mas não trataremos de todas as pessoas, apenas das boas pessoas, daquelas que morreram, porém em vida fizeram e se vivas fazem a diferença positiva nos grupos familiares, de amigos, profissionais e sociais em que viveram ou vivem.

Neste mundo capitalista, os endinheirados, os detentores de status e poder são, em grande parte das vezes, os mais respeitados  e portanto,  aturados e não queridos. Queridos são os bons, os doces, aqueles que mesmo após mortos continuam a viver através das pessoas que foram marcadas por seu amor e tocadas por suas bondades. Assim, apenas os bons são imortais verdadeiramente, os demais são lembrados, no entanto,  em momentos em que assuntos negativos vêm à tona, e exemplos ruins são citados, após, voltam rapidamente ao esquecimento. Os bons, são eternamente lembrados, não morrem, tornam-se invisíveis apenas,  e eternos.

Adoro o poema de Carlos Drumond de Andrade – Almas perfumadas, leia-o  e perceba como ele retrata com maestria uma pessoa amada e viva, mesmo não mais vivente neste plano terrestre

Esses amados e amadas exalam cheiro de passarinho, de sol, de estrelas  e  de flor. Ao lado delas, sentimo-nos alegres, felizes e vivenciando as melhores sensações, voltamos à infância, permitimo-nos sonhar acordados,  “o tempo é outro”. A vida fica feliz e parece que estamos no colo de Deus, “ao lado delas, a gente sabe

que os anjos existem e que alguns são invisíveis”. Aos seus lados, experimentamos as sensações mais gostosas, doces e de prazer, parece “manhã de Natal”. “Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza”.

Quando estamos ao lado delas, a gente se sente em um ambiente alegre e cheio de paz, recebemos carinho e suas palavras são de aconchego e acolhimento, tocam nossas almas como se fosse um cafuné, com elas, rimos e sorrimos como há  tempos não fazíamos, revivemos o menino ou a menina arteira e feliz que um dia  fomos.  Pessoas que possuem almas perfumadas falam conosco através de seus silêncios e olhares, caminham em cadência a nosso lado e não nos cobram pelo nosso ritmo. Essas pessoas são ouvintes dispostos a nos receber para outros encontros.

Suas presenças nos fazem recordar que Deus existe e que é importante que continuemos a rir, este é um dos momentos em que Deus está presente.

A  exemplo do que nos diz Lya Luft sobre a morte de seu filho, é natural  parecer que algo tenha se apagado nas pessoas que perderam outras,  queridas e amadas, isso é intraduzível e indizível, porém, a autora enfatiza: “A melhor coisa que você pode fazer para homenagear quem se foi é tentar viver direito de novo sua vida. Não pode deixar que a morte destrua tudo que tem de bom”.

Essa é nossa singela homenagem para as pessoas que morreram, antes ou durante à pandemia, e para suas famílias consanguíneas ou estendidas e escolhidas.  Para essas pessoas amantes, seus amados (as) não morreram, suas almas perfumadas farão com que sobrevivam nelas e através delas. Nunca serão numeráveis, numerados serão os não amados verdadeiramente, os de almas perfumadas, viverão  para sempre.

Pense nisso!

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