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A inteligência artificial grita ou sussurra?

Olá pessoal!
De uns tempos pra cá, parece que todo fabricante de tecnologia resolveu jogar um balde de IA em seus produtos. É celular que escreve por você, notebook que resume reunião, geladeira que te chama de “chef” enquanto sugere o cardápio. E, convenhamos, Samsung, Google e companhia não economizaram na pirotecnia: eventos repletos de buzzwords, demos animadas e promessas de que a IA vai praticamente te servir café na cama.
Nada de errado nisso — é até divertido ver a corrida para ver quem bota mais “inteligência” em mais aparelhos. Samsung, por exemplo, lançou o Galaxy AI com tradução simultânea de chamadas, geração de fotos mágicas e resumos no Notes, tudo destacado com holofotes e vídeos épicos. O Google também não economizou: IA no Android ajudando a reescrever mensagens, resumir páginas, responder ligações com mais tato que a gente mesmo.
Enquanto isso… lá no cantinho, a Apple.
A Apple, como quem não quer nada, ficou em silêncio por um tempo. Não correu para a buzzword, não espalhou “AI” em cada slide, não botou o Tim Cook gritando “AGORA É TUDO IA”. Ela fez diferente: sussurrou.
No evento da WWDC 2025, a Apple mostrou a sua estratégia: não só IA — mas “Apple Intelligence”. Nome chique, discreto, quase pretensioso, mas com uma pegada interessante: IA para trabalhar por você, sem você nem perceber que ela está lá. Em vez de encher o iPhone de efeitos que você provavelmente nunca vai usar, a IA da Apple se oferece pra ficar na espera do atendente de telemarketing por você, ou pra resumir aquele e-mail chato antes de abrir. Ela também agenda coisas, reescreve mensagens, e ajuda a organizar suas fotos. Tudo isso embutido no sistema, integrado, sem firulas e — como a Apple adora dizer — “de forma privada e segura”.
É quase como comparar dois tipos de mágica: a do ilusionista que faz fogos de artifício e pombas voarem pelo palco… e a do mentalista que só olha pra você e adivinha sua carta. Um espetáculo é mais barulhento. O outro, mais sutil.
Claro, ainda não dá pra saber qual abordagem vai encantar mais o público. O que já sabemos é que, cada vez mais, nossos aparelhos vão parecer que têm vida própria. A diferença é se essa vida própria vai ficar te chamando a atenção a cada 5 segundos ou se vai só… fazer o trabalho pesado em silêncio.
No fim das contas, talvez isso diga menos sobre tecnologia e mais sobre a gente: tem quem goste do show. Tem quem prefira só um ajudante eficiente no bolso. E os fabricantes estão só tentando adivinhar qual tipo de mágica você quer ver.
Como diria Yoda: “Em silêncio, muitas vezes a maior força se encontra.”