Para explicarmos em termos mais simples, a inteligência artificial (IA) refere-se a sistemas ou máquinas que imitam a inteligência humana para executar tarefas e podem se aprimorar iterativamente com base nas informações que coletam. Estas informações podem ser dados, sons, vídeos, e tudo mais que possa ser analisado e a partir daí criarmos correlações.
Já faz algum tempo que escutamos falar sobre inteligência artificial, no cinema desde os anos 80 assistimos muitos filmes que abordam de alguma forma o tema, posso citar aqui alguns que estão na minha lista de “Melhores filmes da vida”, são eles:
O Homem Bicentenário, que traz a história de um robô que percebe o envelhecimento e morte dos humanos de sua família, seus entes queridos. Ele passa gradativamente a desejar ser humano e a querer cada vez mais parecer ser humano. A mensagem que traz é esta: que a morte também nos torna humanos.
AI – Inteligência Artificial, em futuro onde o planeta foi inundado a empresa Cybertronics cria um robô em forma de criança programado para amar seus pais eternamente. Assistimos dois robôs utilizando inteligência artificial, o menino e o ursinho Teddy, e fica nítido o quanto o menino é mais evoluído, ilustrando as evoluções da tecnologia chegando a uma interpretação de amor. O Final deste filme traz a mensagem que ter um pequeno retorno do amor que se projeta pode ser suficiente para uma vida.
Existem vários outros filmes, chegando aos mais recentes da Marvel, onde o próprio homem de ferro utiliza como apoio versões de inteligência artificial em seu traje.
Esta ilustração dos filmes sempre explora um cenário muito evoluído, no entanto o uso com maior frequência em nossa vida real tem aumentado exponencialmente, e a cada dia invadindo novas áreas de aplicação.
Sabemos que aos poucos as decisões estão sendo tomadas por algoritmos de IA, provocando certo desconforto por cientistas, que criticam o nível de desconhecimento dos modelos aplicados para geração de resultados. Mas tal desconforto, não tem nem arranhado a estratégia de uso crescente e diversificada da aplicabilidade da IA. Agora fazendo uma relação entre os filmes que citei no inicio deste artigo, e a crescente evolução do uso de IA, podemos dizer que a nova fronteira é a “Inteligência Artificial Emocional” (“IA Emocional” ou “Computação Afetiva”); que direciona seu aprendizado em medir, simular e reagir às emoções humanas, a tecnologia promove uma interação “natural” e personalizada entre humanos e máquinas. Lidando com grandes conjuntos de dados, os sistemas são capazes de captar os “dados emocionais” do usuário em tempo real combinando dados biométricos e fisiológicos coletados por meio de análise de texto e imagem, reconhecimento de microexpressões faciais e nuances no tom de voz, monitoramento do movimento dos olhos e frequência cardíaca, e até do nível de imersão neurológica.
Com o propósito de conscientizar sobre seus potenciais danos, uma equipe liderada por Alexa Hagerty – pesquisadora da Universidade de Cambridge, criou o aplicativo emojify.info para o usuário experimentar o reconhecimento de emoções utilizando sua própria câmera. Financiado pela Nesta (National Endowment for Science, Technology and the Arts), o aplicativo não coleta dados pessoais, e as imagens são armazenadas no dispositivo do usuário. Destacando que vai além do reconhecimento facial utilizando apenas identificar as pessoas, afirma ler nossas emoções, nossos sentimentos internos em nossos rostos. Doido demais isso né?
Sabe aquelas telinhas de atendimento que aparecem em alguns sites oferecendo ajuda? Eles são programas chamados Chatbots, que iniciam o atendimento e somente em casos extremos vão envolver um atendente, na maioria das vezes eles vão interpretar e atender nossas demandas.
Sabemos agora o que são Chatbots, podemos falar da nova de geração, os Chatbots que são “Assistentes Terapêuticos” ou “Agentes de Conversação Automatizada”. Dentre os projetos em curso, destaca-se o chatbot “Woebot”, inicialmente disponível apenas no Facebook (interação via messenger), que atualmente pode ser baixado gratuitamente na Apple Store e no Google Play (Woebot – Your Self-Care Expert). Desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Stanford com a missão de “tornar a saúde mental radicalmente acessível”, o Woebot oferece terapia virtual com uso de IA. O foco do aplicativo são as terapias cognitivas-comportamentais (TCC). Por 10 minutos diários de atendimento a US$ 39 mês, o paciente é estimulados a contar suas reações emocionais aos eventos do cotidiano e, a partir delas, identificar as armadilhas psicológicas que originam estresse, ansiedade e depressão. Segundo Michael Evers, CEO da Woebot Health Inc., “estamos construindo instrumentos clínicos e terapêuticas digitais que automatizam o conteúdo e o processo de terapia, se adaptam aos sintomas e à gravidade e fornecem a intervenção certa para a pessoa certa no momento certo. Eles estão na vanguarda de uma nova geração de intervenções que realmente tornarão a saúde mental radicalmente acessível a todos”.
Todos sabemos o quanto é importante nos tempos atuais o apoio psicológico adequado e realizado por profissionais competentes, mas assim como outras profissões, esta é mais uma que poderá ser apoiada ou até posso dizer transformada nos próximos anos.
Acredito que por hoje basta, tocamos em assuntos aqui que normalmente precisam de um tempo para serem digeridos, pois as vezes nem parecem verdade. Mas são.
Para fechar hoje vai uma frase que gosto muito sobre inteligência emocional: “A inteligência emocional consiste em pensar duas vezes antes de falar uma.”