/A incrível e negligenciada vitamina D

A incrível e negligenciada vitamina D

Você já mediu sua vitamina D? Lembra do resultado? Sabe se está no nível certo?
Neste artigo vamos entender porque esta vitamina é absolutamente essencial e, ao mesmo tempo, uma das mais negligenciadas no mundo. Estudos mostram que mais de 75% da população mundial tem níveis abaixo de 30 ng/mL, o que inclui tanto deficiências quanto insuficiências, segundo Hollis et al., 2011, The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism. No Brasil, mesmo em regiões ensolaradas e no verão, grande parte da população apresenta níveis insuficientes ou deficientes, conforme pesquisa da Revista Brasileira de Endocrinologia & Metabologia (2013). É, com certeza, a vitamina mais subestimada de todas.
Ela participa de centenas de processos no corpo afetando ossos, músculos, imunidade, tireóide e até o cérebro. Além disso, participa do controle de milhares de genes, regulando quais devem ser ativados ou desativados, preservando o DNA sem causar alterações e com potencial de minimizar o risco de alguns tipos de câncer. Com doses adequadas, traz benefícios impressionantes.

Benefícios da vitamina D:
• Fortalece ossos e dentes, prevenindo fraturas e quedas, principalmente em idosos;
• Mantém músculos fortes e reduz risco de quedas;
• Equilibra o sistema imunológico, prevenindo doenças autoimunes como artrite reumatoide, diabetes tipo 1 e esclerose múltipla;
• Ajuda o corpo a combater vírus e bactérias;
• Controla o crescimento das células, protegendo contra tumores de cólon, mama e próstata;
• Ajuda a manter pressão arterial e vasos sanguíneos saudáveis;
• Regula a insulina e reduz risco de diabetes tipo 2;
• Melhora humor, memória e reduz risco de depressão;
• Evita complicações na gravidez e ajuda o bebê a nascer saudável;
• Diminui o risco e a intensidade de gripes e resfriados.
E não é só isso: a vitamina D é fundamental para a tireóide. Ela ajuda na produção equilibrada dos hormônios, ajuda na prevenção doenças autoimunes da glândula, como Hashimoto e Graves, e mantém metabolismo, energia e humor estáveis.
Sei que dá vontade de parar de ler e sair correndo e começar a tomar vitamina D, mas você precisa saber que exagerar pode trazer sérios riscos. Ou seja, ‘quanto mais, melhor’ aqui não funciona. Suplementar só faz sentido se estiver faltando.

Riscos do excesso de vitamina D:
• Cálcio em órgãos vitais – pode prejudicar rins, coração e artérias;
• Pedras nos rins e risco de hemodiálise – dor intensa e obstrução urinária;
• Calcificação arterial – aumenta risco de infarto, AVC e hipertensão;
• Insuficiência renal crônica – danos irreversíveis aos rins;
• Alterações cardíacas graves – arritmias e hipertrofia do coração.
Por isso, nunca se automedique. Suplementação deve ser acompanhada por um profissional de saúde qualificado e capacitado.

Protocolo Coimbra
A vitamina D é ainda tão mais incrível, que mesmo seu uso em superdosagem, com acompanhamento minucioso de um médico capacitado e treinado no Protocolo Coimbra para avaliar e lidar com possíveis complicações pode trazer benefícios gigantescos à saúde.
O médico brasileiro Dr. Cícero Coimbra desenvolveu o Protocolo Coimbra, que combina alimentação anti-inflamatória, ajustes precisos de vitaminas e minerais e altas doses de vitamina D.
Há relatos impressionantes de pessoas com esclerose múltipla, que estavam em cadeiras de rodas, que conseguiram voltar a andar seguindo o protocolo.

Níveis ideais de vitamina D
Estudos robustos indicam que 60 a 80 ng/mL é a faixa ideal. Nessa dose, você aproveita todos os benefícios: imunidade reforçada, menor risco de doenças autoimunes, ossos e músculos fortes, coração protegido e até redução do risco de câncer.
Valores acima de 100 ng/mL já são considerados excesso, e acima de 150 ng/mL, há risco de intoxicação por vitamina D, segundo estudo publicado na revista Nutrients (Papadimitriou et al., 2021).

Fontes de vitamina D e as dificuldades para obtê-las
A vitamina D é única porque pode ser sintetizada pela pele quando exposta à luz solar. No entanto, diversos fatores podem dificultar essa produção:
• Uso de protetor solar: embora essencial para proteger contra o câncer de pele, o protetor solar bloqueia a radiação UVB necessária para a produção de vitamina D;
• Tipo de pele: pessoas com pele mais escura produzem menos vitamina D;
•Idade: à medida que envelhecemos, a capacidade da pele de sintetizar vitamina D diminui;
• Localização geográfica: em regiões com pouca luz solar, especialmente no inverno, a produção de vitamina D é reduzida;
• Tempo de exposição ao sol: a exposição inadequada ao sol diminui a síntese de vitamina D. Mas caso queira se expor ao Sol sem protetor, consulte sempre um profissional de saúde para a melhor orientação.
Além disso, a vitamina D está presente em poucos alimentos naturais, como peixes gordurosos (salmão selvagem, sardinha), óleo de fígado de bacalhau, ovos e fígado de boi. Mesmo com uma dieta rica nesses alimentos, pode ser difícil atingir os níveis ideais apenas por meio da alimentação. Por isso, a suplementação é frequentemente necessária.
A vitamina D é poderosa, essencial e negligenciada. Ela protege seus ossos, músculos, tireóide, coração e sistema imunológico. Mas cuidado: excesso faz mal.
O convite é simples: meça seus níveis, consulte um profissional, ajuste se necessário e aproveite todos os benefícios desta vitamina incrível. Seu corpo agradece!

Fontes científicas de pesquisa para este artigo: Hollis et al. (2011) – The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, Papadimitriou et al. (2021) – Nutrients, Pizzorno (2022) – Integrative Medicine: A Clinician’s Journal, Kennel et al. (2010) – The New England Journal of Medicine, Marzban et al. (2021) – Journal of Clinical Medicine, Holick et al. (2011) – The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, Martineau et al. (2017) – BMJ, Cantorna et al. (2015) – Frontiers in Immunology, Coimbra (2021) – Frontiers in Immunology