Foi no dia 02, terça-feira uma notícia que deveria estampar a mídia brasileira passou quase despercebida em razão obviamente de muitos interesses que ainda estão obscuros, mas que a História certamente revelará, refiro-me ao título de Cidadão Honorário que Lula recebeu em Paris pelas mãos da prefeita Anne Hidalgo.
A honraria é rara e costuma ser concedida àquelas pessoas que se destacaram na defesa dos direitos humanos, Lula foi lembrado pelo seu engajamento na redução das desigualdades sociais e econômicas do Brasil bem como na luta contra a fome e a miséria, além da política implementada contra as discriminações raciais.
Lula, é claro discursou, e deixou ainda mais claro em suas palavras que o processo democrático brasileiro está enfraquecendo devido a ataques constantes ao Estado de Direito e a Constituição pelo presidente Bolsonaro que foi levado ao poder por intervenção direta da mídia, ou seja o governo fascista de Bolsonaro não chegou sozinho, a mídia foi fundamental para o fato; ao criticar Moro chamando-o de mentiroso foi aplaudido, porque os franceses entenderam a perseguição contra o ex presidente quando da posse do juiz em ministro, “ficou escancarada a farsa” disse o ex presidente francês Nicolas Sarkozy que também prevê um cenário de ódio no Brasil.
Não é a toa que o texto convite para homenagem dizia que a honraria foi concedida no momento em que os “Direitos civis e políticos do ex presidente brasileiro foram desprezados” daí o merecimento da homenagem e do homenageado.
Depois da solenidade Lula ainda foi convidado para participar do “Festival Lula Livre” no teatro Cirque de Soleil, uma renomada companhia teatral que teve suas dependências lotado, os ingressos esgotaram semanas antes do evento, ali Lula falou que a Lava Jato foi um pacto político entre a Justiça e a Imprensa, enquanto a imprensa condena a justiça julga, o juiz se comporta como manchete de jornal e alertou para que não sejamos apenas algorítmos. Foi aplaudido novamente.
Com essa honraria Lula junta-se ao ex presidente sul africano Nelson Mandela e ao Dalai Lama líder espiritual do Tibete que também foram contemplados em outas datas.
Enquanto isso aqui no Brasil, em semana de PIB pior que o de Temer, Bolsonaro se apresenta com um palhaço para que esse responda as perguntas dos jornalistas sobre o pífio resultado da economia de Paulo Guedes, um número cômico ensaiado num cenário deprimente onde o dólar sobe cada vez mais. Este Bolsonaro está cada vez mais janista, pior que 60 anos depois tenta sobreviver utilizando as mesmas práticas que já eram desprezadas naquela época.