Epidemias sempre existiram na História, a mais conhecida talvez seja a Peste Negra que ocorreu na Europa/Ásia entre 1333 a 1359, deixou 50 milhões de mortos; uma bactéria que vivia no intestino da pulga que vivia nos ratos transmitia a doença, os números foram alarmantes devido a ignorância e a precariedade sanitária da época.
A cólera no século XIX levou centenas de milhares de vidas, a contaminação vinha pela água e alimentos, a tuberculose que em 100 anos (1850-1950) fez 1 bilhão de mortos. A Gripe Espanhola (1918-19) causada pelo vírus influenza, também desesperou a humanidade, foram mais de 20 milhões de mortos, alguns chegam a dizer que foi muito mais, atingindo até 5% da população mundial. Varíola, Tifo, Sarampo, Malária, Ebola e Aids também foram carrascos da espécie humana.
Porém, a todas sobrevivemos, ou erradicando o problema ou convivendo com ele, mas sempre aprendendo com essa herança.
O Corona vírus já começa nos ensinar; porque investir trilhões em equipamentos de guerras: torpedos inteligentes, blindados, bombas, munições… para matar o próximo? Porque não ajudar a salvar o próximo? De que adianta aviões de guerra e submarinos nucleares agora? Nos EUA, pacientes são atendidos em estacionamentos a céu aberto, a grande nação recolhe seus mortos com pás carregadoras, no Equador os cadáveres são queimados nas ruas, enquanto urubus observam outros. A Itália e a Espanha, quantos vivos ainda saciarão o apetite da morte? O que será da África e do Brasil?
Não se investiu em Saúde, na prevenção da vida, mas sim na morte, na desnutrição em massa, o vírus gostou e tornou-se mais eficiente que as guerras e abalou as convicções de um mundo torto e egoísta.
A lição é como sair dessa guerra pandêmica, trancafiarmos nesse isolamento medieval fechando fronteiras gerando xenofobias?
A fronteira é outra, a que está entre a humanidade e o vírus, novos vírus virão, o aquecimento global, desmatamentos e proximidades dos animais silvícolas terão consequências, o exagero não passa impune.
Mutações genéticas, o que um vírus sabe fazer muito bem, coloca nossa espécie em perigo, mas mentes poderosas parecem não enxergarem o óbvio, pagam-se trilhões em juros, dívidas virtuais e especulativas, um capital abstrato e imaginário e sacrificam serviços básicos de saúde.
Não há solidariedade no planeta, só interesses. Talvez o vírus nos ensine a refletir que a desunião e os interesses econômicos não são suficientes para conduzir essa civilização, talvez ele nos ensine que se houver mais fraternidade, solidariedade entre os povos mais forte a humanidade ficará.
Se continuarmos com esse estado de guerra, mais força e mais violento o exército viral virá.