Na Inglaterra do século XVII todos os cisnes eram brancos, ninguém havia visto um negro. Quando alguns colonizadores chegaram a Austrália, no século XVIII, lá eles avistaram um e a impossibilidade da inexistência caiu.
A tese era: “Se ninguém viu não deve existir”, bastou uma única observação e a argumentação desmoronou.
A expressão Cisne Negro hoje é aplicada quando um fato inesperado ocasiona deixando um impacto violento e que depois ao olhar em retrospecto, certamente poderia ser evitado.
Três condições caracterizam o Cisne Negro e ele esteve presente na gruta Duas Bocas em Altinópolis.
A primeira delas é a Imprevisibilidade, quando o evento “pegou de surpresa”, isso podemos observar depois do acontecido. Uma chuva volumosa atingia Altinópolis e lá estava, desde a muito, uma gruta de arenito, as rochas que compõem essa cavidade foram formadas pela consolidação de areias antigas, de milhões de anos e com o passar do tempo e contato com a água ela deixa de ser rocha e volta a ser areia novamente, daí a possibilidade de desabar existe.
A segunda condição é o Alto Impacto que geralmente proporcionam consequências severas, catastróficas, drásticas. Infelizmente presenciamos essa amplitude e a cidade quedou-se em luto pela tragédia daqueles que lutam para nos salvar.
A terceira condição é a Facilidade de Analisar em Retrospectiva, ou seja, depois que aconteceu parece que tudo era previsível e óbvio.
Essa percepção que os sinais eram óbvios (antes) foram negligenciados porque em muitos casos o Cisne Negro é impossível de ser previsto, pois a natureza humana não é preparada para assimilá-lo, lembramos só de sequências logicamente encadeadas, estamos preparados apenas para enxergar cisnes brancos.
Atualmente gestores que operam em gerenciamento de riscos estudam possibilidades para preverem o Cisne Negro, mas milhões de variáveis dificultam localizá-lo porque ele sempre foge das simplificações, mas claro está que por ele não aparecer sempre ele não voltará. Não, ele existe.