Fora do Brasil, estão mais preocupados com a Amazônia, do que os brasileiros. Quando o ministro do Meio Ambiente Ricardo Sales falou em “passar a boiada” nesse momento de pandemia, ou seja, afrouxar regulamentações ambientais não sendo tão severo com as multas a quem polui águas e o ar, desmata e destrói, o sinal vermelho acendeu para o mundo.
Uma holding que investe no Brasil US$ 3,75 trilhões, mais ou menos R$ 20 trilhões admitiu interromper esse financiamento se o país não se posicionar claramente sobre a sobrevivência da floresta e dos direitos dos povos indígenas.
O Fundo de Investimento claramente se preocupa com seus clientes e estes entendem que é perfeitamente conciliável o crescimento econômico com o meio ambiente, assim preservar florestas, biodiversidade e serviços ecossistêmicos pautam as novas discussões das agendas ambientais, porque sabem que a mudança climática é real e perturbadora.
Um dos principais pontos da “boiada” do ministro e do presidente é o PL 2633\2020 que ficou conhecido como “PL da Grilagem” que pretende legalizar terras públicas na Amazônia. Antes a regularização fundiária contemplava somente quem ocupou terras públicas até 2008, aprovado o “PL da Grilagem” estarão anistiados aqueles que ocuparam terras públicas até 2014 e até 2022, legalizar 600 mil propriedades; é a grilagem engolindo furiosamente a floresta, por isso que os incêndios não param, em Maio destruiu 829 km² o maior de todos os tempos.
Bolsonaro quer agropecuária e mineração na floresta amazônica, com exceção dos EUA, o mundo pensa ao contrário. Uma rede de investidores britânicos enviou carta aos deputados e senadores; se passar o projeto de lei que favorece os grileiros os boicotes começarão já. A Bunge e a Cargill já estão propondo a “moratória de soja da Amazônia” e não terão dificuldades em arranjar parceiros nessa empreitada, a JBS que é a maior produtora de proteína animal do mundo também está sendo questionada por comprar bois da região desmatada, é um jogo de braço onde o Brasil só tem a perder, se a Amazônia e outros nichos ambientais forem preservados poderemos ter nosso passaporte para o futuro, sem eles não seremos nada.
Agosto e Setembro, tempos secos na Amazônia promete ser a “festa da queimada”, se tal continuar Holdings e Fundos vão colocar os Títulos Soberanos do Brasil na categoria de Alto Risco dificultando ainda mais o país acessar mercados internacionais.
É a “terceira onda” que vem por aí, o tempero forte da crise.