Há um ditado, popularmente conhecido: “A família é a base de tudo”. Pessoas nascidas no século passado, majoritariamente, até os anos 60 e 70, possuem valores e crenças bastante diferentes das nascidas a partir da década de 80, 90 e cada vez mais diferenciadas das que nasceram a partir do ano 2000.
O mundo muda a cada segundo, em diferentes aspectos, porém essas mudanças por vezes são imperceptíveis. Assim, é comum as pessoas verbalizarem estranheza frente às alterações sociais, culturais, econômicas, políticas e ambientais. Há um ditado que diz: nada é tão permanente quanto a mudança.
Sobre a família, focando a família brasileira e especificamente a contemporânea, podemos começar nossa breve análise, pelo fato de que ela, cresce o numero de mulheres que são provedoras de sua prole e responsabilizam – se sozinhas pela manutenção da casa e/ou optam por viver sozinhas e parte delas, gerarem seus filhos a partir de uma “produção independente”. Existem também os “pais solteiros”, os pais (pães) e as mães (mais), ou seja as responsabilidades são se ligam ao sexo, ligam-se à disponibilidade da pessoa em assumir responsabilidades.
Acontece também a diminuição quantitativa dos integrantes dessa família, atualmente, famílias que possuem três filhos, são consideradas de “tamanho grande”.
Os papéis executados por cada ente da família, também sofreu alteração, existem filhos que são na realidade “pais de seus pais”, existem irmãos, não necessariamente o mais velho, que assumem os menores, materialmente e em termos de cuidados.
As famílias eram vistas como a base da sociedade, pode-se dizer que ainda sejam, o que se questiona é: qual a qualidade dessa base? Não mais convêm que chamemos famílias que possuem problemas em diferentes níveis, de famílias desestruturadas. Tecnicamente, as chamamos de famílias vulneráveis e essa vulnerabilidade não advém apenas da questão material. Procede em muitos casos da vulnerabilidade psíquica de seus responsáveis. Dinheiro não é sinônimo de estrutura e equilíbrio.
Nossa análise genérica, não intenciona generalizações. Existem famílias, equilibradas, que vivem em bem estar material e psíquico e seus integrantes são pessoas que se desenvolvem de forma harmônica e saudável. Existem também as que não são harmoniosas e os conflitos são manifestados nos relacionamentos diários e chegam a serem físicos. Existem famílias que disputam bens materiais de maneira brutal, física e psicologicamente.
Existem famílias que acolhem seus idosos e retribuem o carinho recebido, tratam-os como tesouros, disputam quais dos filhos ficarão com o pai, a mãe ou ambos. Existem famílias que brigam para não cuidarem dos pais. Essas famílias, de uma forma ou outra, dão exemplos a seus filhos, que futuramente terão a probabilidade de fazerem igual ao que seus pais fizerem com os avós.
A família também era tida como possibilidade de retaguarda financeira aos filhos, genros, noras e netos, que mesmo depois do casamento, precisavam, voltar a conviver com os pais, por razão de desemprego e falta de dinheiro. Existem famílias que continuam a atuar como provedores de filhos adultos e outras que pelo seus empobrecimentos, fruto de desemprego ou aposentadoria insuficiente, não podem assumir esse papel.
Existem famílias que atuam como amigos, terapeutas e possuem convívio próximo e harmônico e outras que não relacionam e alcançaram o status de inimigos. Assim, se a nossa sociedade apresenta indícios ou traços de individualismo, egocentrismo, falta de compaixão, empatia, indiferença ao próximo, pode ser que exista uma relação direta com o que acima foi exposto.
Este tema é muito instigante, porém, temos que nos limitar a um espaço gráfico pré-determinado. Nosso olhar otimista, nos faz pensar que a família é imprescindível, bem mais precioso, incomparável com as bobagens materiais hoje valorizadas. Somos responsáveis pelos relacionamentos que mantemos com nossos familiares. Família não se resume à consanguinidade, mas ao afeto, companheirismo, cumplicidade. Existem amigos mais presentes que parentes. Ao desejarmos uma mudança no mundo, pressupõe uma mudança em nossa família e em nós próprios, primeiramente.
Quer fazer algo para promover a paz mundial? Vá para casa e ame sua família.
(Madre Teresa de Calcutá)
Pensemos nisso!