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A educação no governo Dória

O governador João Dória está concentrando nesse início de mandato forças na área da Educação, primeiro fraccionou as férias em quatro períodos e agora aumentou o número de aulas de seis para sete aulas diárias de 45 minutos cada, pena que até agora não falou nada sobre o aumento salarial dos professores, tão defasado e vergonhoso tanto para quem paga quanto para quem recebe. Com relação ao faccionamento ficou uma semana em Abril (aproveitando a Semana Santa), duas semanas em Julho, uma semana em Outubro (feriado Nossa Senhora e dia do Professor) e trinta dias entre Dezembro e Janeiro.
O argumento do governo é que férias tão longas quanto as de Julho e do final de ano são prejudiciais aos alunos que ficam muito tempo na televisão e outros jogos. Porém, há quem diga que este raciocínio de fraccionamento visa atender a indústria do turismo que em expansão precisaria de mais férias para incrementar o seu calendário de atividades.
O Estado muda as leis, muda as nossas vidas, mas esquece de consultar as mães que trabalham e até agora não sabem o que fazer com seus filhos nesta nova ordenação escolar.
O segundo caso trata de enxugar o tempo das aulas de Matemática e Português, para abrir espaços a novos componentes curriculares, cinco aulas semanais serão ofertadas, uma sobre Tecnologia e esta vai trabalhar com quatro elementos: Pensamento Computacional, Cidadania Digital, Cultura Digital e uso de diferentes mídias digitais; duas Eletivas e aqui a ideia, já para 2020 a partir do 6º ano cada escola organizar um “Feirão de Eletivas” contendo sugestões de temas como Empreendedorismo, Ética e Cidadania, Olimpíadas do Conhecimento, Teatro e Comunicação não Violenta. Já as duas de Projeto de Vida visa mais a participação de projetos na comunidade e definições de objetivos futuros no sentido de sempre ser resiliente e aberto ao novo, para alavancar o cognitivo.
A abertura que estão propondo de conhecimento e informação é positiva entretanto, existe uma outra questão, quando falamos nessas novas disciplinas precisamos observar que muitas escolas estão debilitadas em sua infraestrutura, pouco ou nenhum material didático, água e energia elétrica carecem de reformas estruturais, não possuem internet rápida e muitas não tem computadores suficientes. Todo este tipo de carência nos leva a entender que primeiro temos que cumprir com o básico para depois ampliar oportunidades.
Mas nada disso vai adiantar se o governador não chamar os professores e propor a eles um plano de carreira, um aumento salarial real para que possam viver dignamente e colocar em prática estas e outras ideias. É somente o professor que pode alterar os rumos da educação.
Bons professores custam caro, maus professores custam mais caro ainda. A escolha final, porém é do governante.