Desde quando a pandemia do coronavírus iniciou sua aceleração em nosso país, e obrigou gestores da União, Estados e Municípios a tomarem iniciativas radicais para conter o avanço da doença, toda população ficou refém das análises médicas, epidemiológicas e estatísticas, que visam principalmente diminuir a velocidade da contaminação, “achatando” a curva de contágio para que nosso sistema de saúde tenha a possibilidade de atender todos aqueles que necessitem de internação sem entrar em colapso. Vários números passaram então, a fazer parte do dia a dia não só dos responsáveis pela gestão da saúde, mas também de empresários, comerciantes, estudantes, trabalhadores do setor turístico, enfim, de praticamente toda a cadeia econômica e população em geral de nosso país.
São os números de mortos, de doentes, de internações e de leitos em UTI, percentual de lotação, média móvel semanal, taxa de contágio, número de vacinas e vacinados, e outros tantos. Esses números decretaram uma ditadura cruel para toda população, pois são eles que podem sinalizar a volta ou não, e em qual tempo, da nova normalidade na economia, no convívio social, nos protocolos de higiene, no lazer, na educação.
Aqui no Estado de São Paulo por exemplo, os números de ocupação de UTI’s e enfermarias, a taxa de aumento de contaminados e de morte, além da taxa de isolamento, são os dados que determinam se esta ou aquela região poderão abrir ou deverão fechar a rede de comércio não essencial e outros serviços idem. Estas regiões, chamadas “regionais de saúde” existem para que o Estado tenha o controle descentralizado da realidade de cada região, e assim um maior controle administrativo e técnico (e mais realista e eficiente também).
Batatais encontra-se localizada na DRS-XIII, com sede em Ribeirão Preto, e o enquadramento de nosso município na fase amarela, laranja ou vermelha depende dos números de toda a regional, composta por 26 municípios, não somente do nosso. Isso se explica pelo fato de que a região (como as demais do Estado), tem ampla comunicação e circulação de pessoas entre seus municípios. Batatais possui inúmeros moradores que se deslocam diariamente até Ribeirão Preto, Sertãozinho e outros municípios próximos para trabalhar, e também recebe outros tantos (menos é claro) de outras cidades próximas que aqui também trabalham. Portanto, a regionalização da qualificação do Plano São Paulo é justificável nesse sentido.
Mas quem produz estes números? O Estado? O governador? A Secretaria da Saúde? O vírus?
Não. Quem abastece estes números e aumenta ou diminui os percentuais referentes à disseminação e impacto do vírus é a população. É a postura e comportamento de cada cidadão que produz os números, que irão aumentar em proporção direta com o maior afrouxamento dos protocolos sanitários, com o aumento de aglomerações em festas, eventos, praias, manifestações, comemorações de título da libertadores…
Se o nível de conscientização de nossa população continuar no patamar atual, não tenho dúvidas em afirmar que, mesmo com a vacina (que por enquanto é muito pouca), iremos demorar muito tempo para sairmos desta realidade. Com a conscientização coletiva, venceremos o vírus mais rapidamente, e essa diferença de tempo entre uma posição e outra, pode significar menos empresas quebradas, mais empregos garantidos, e mais recursos circulando na economia. E PRINCIPALMENTE: MAIS VIDAS SALVAS!