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A Copa agora rola no celular, no tablet e onde você quiser

Se antes qualquer Copa do Mundo era sinônimo de sofá e TV ligada na sala, hoje ela acontece em qualquer lugar: no ônibus, no trabalho, na praça, no intervalo da aula ou da reunião. A transmissão esportiva atravessou a tela da TV e ganhou vida nos celulares, tablets, notebooks e até nas smart TVs conectadas à internet. E não é exagero — os números provam isso.
No Brasil, esse movimento começou a se intensificar desde 2018, quando mais de um quinto dos internautas já declaravam que preferiam acompanhar os jogos pelas plataformas digitais. Naquele mesmo período, mais da metade dos brasileiros conectados já assistia esportes online, em vez de depender exclusivamente da TV. Essa mudança de hábito foi acelerada pela pandemia e, agora, virou padrão: a bola rola onde for mais cômodo.
Lá fora, a tendência é ainda mais evidente. Em 2023, nos Estados Unidos, o número de espectadores que assistiram a esportes por plataformas digitais superou, pela primeira vez, os que viram pela TV tradicional. E em 2025, o streaming ultrapassou oficialmente o tempo de visualização da TV convencional — um marco simbólico e, ao mesmo tempo, definitivo.
Plataformas como DAZN, Amazon, YouTube, Globoplay e ESPN+ vêm dominando o campo digital com transmissões ao vivo, estatísticas em tempo real, múltiplos ângulos e até narração alternativa. A própria FIFA, de olho nesse cenário, passou a investir pesado no digital: nas edições mais recentes da Copa de Clubes, mais de 75% dos espectadores disseram que pretendem assistir aos jogos via streaming.
Enquanto isso, o YouTube viu um salto expressivo: em 2023, mais de 35 bilhões de horas de conteúdo esportivo foram assistidas por lá, com crescimento especialmente nas smart TVs, o que mostra que até as “TVs de sempre” estão mudando de comportamento para se adaptar à lógica das plataformas conectadas.
Tudo isso representa um baita desafio para a TV tradicional. Ela ainda tem seu público fiel, especialmente em transmissões abertas e grandes eventos, mas precisa se reinventar. O modelo estático de programação e publicidade em bloco perde força diante de uma geração que quer assistir no seu tempo, do seu jeito e com conteúdo personalizado.
No digital, a publicidade é mais certeira, os dados sobre comportamento do público são muito mais ricos e a interatividade vira parte do show. Assistir ao jogo virou uma experiência que vai além dos 90 minutos: dá pra comentar, pausar, rever, compartilhar e até ver com narração de influenciadores — tudo sem sair da tela.
A Copa, hoje, é cada vez menos um evento do “jogo na TV” e cada vez mais uma experiência multitelas. Não importa se você está no sofá, na fila do banco ou esperando o ônibus: se tiver internet, a final está ao seu alcance. O mundo mudou, o torcedor também.
Para fechar hoje utilizaremos uma frase de The Mandalorian: “Os velhos caminhos se foram.”