
Concebido no início dos anos 2000 e implantado a partir da Lei Municipal nº 2.855/2006, o Parque Têxtil Elza Hipoliti Krempel nasceu com a proposta de abrigar, prioritariamente, empresas do setor têxtil — um dos segmentos mais representativos da economia batataense.
Inspirado em experiências do norte da Itália, que apostaram na criação de distritos industriais voltados às vocações de cada região, o Parque avançou de forma lenta por quase duas décadas. Porém, esse cenário começa a mudar. Nos últimos meses, três novas empresas de confecção se instalaram no local, somando-se às mais de seis já existentes, trazendo um novo dinamismo à área.
A movimentação é visível. O fluxo de carros, motos e bicicletas aumentou, assim como a presença de costureiras. Os estacionamentos da praça central permanecem cheios durante todo o dia, e no horário de almoço é comum ver trabalhadoras buscando sombra para descansar. Atualmente, estima-se que mais de 100 colaboradores atuem diretamente nas empresas de confecção do Parque, a maioria mulheres, além dos empregos indiretos gerados por essas atividades e pelos empreendimentos de outros segmentos instalados no espaço.
Apesar dos avanços, ainda há desafios a superar. Muitos lotes continuam sem edificações, mesmo após terem sido comercializados pela Prefeitura — em alguns casos, devido ao descumprimento de obrigações contratuais. A própria praça central carece de melhorias, como arborização, bancos e calçamento, que poderiam tornar o espaço mais agradável e funcional.
Outro ponto observado é que algumas construções permanecem inacabadas, enquanto outras abrigam empresas de setores distintos do têxtil. Ainda assim, são empreendimentos compatíveis com as normas do projeto, que restringe apenas atividades de maior impacto ambiental.
O setor de confecções em Batatais segue representativo, mas muitas empresas ainda funcionam em espaços improvisados ou familiares. Parte delas poderia se beneficiar da infraestrutura do Parque Têxtil, caso houvesse viabilidade para a migração.
Há também a especulação de que alguns lotes permaneçam sob domínio da Prefeitura, o que abriria espaço para novos investimentos. Se bem aproveitado, esse potencial pode impulsionar ainda mais o desenvolvimento econômico local e consolidar o Parque Têxtil como um verdadeiro polo estratégico de Batatais.






