
Cunhada em 1970 pela teóloga luterana alemã Dorothee Solle a palavra Cristofascismo refere-se a teologia fundamentalista de um poder autoritário, nela o Cristo é transformado em algo ditatorial em sua essência, a ideologia fascista realiza uma interpretação autoritária do cristianismo, onde a religião serve para justificar práticas autoritárias, intolerantes e de repressão as minorias em nome de uma ordem moral ou de uma suposta vontade divina.
Ela começa com o uso político da religião, líderes e grupos cristãos usam a fé para legitimar governos criando um nacionalismo religioso onde a identidade nacional está baseada numa visão específica de cristianismo, as demais são marginalizadas porque existe um autoritarismo moral contra grupos LGBTQIA+, minorias religiosas e mulheres.
As mulheres desejam ter o controle do próprio corpo, para os cristofascistas elas são abortistas, enquanto as minorias religiosas sofrem com o avanço das milícias que controlam os espaços onde elas são praticadas, é o pragmatismo dentro do Cristofascismo, primeiro eles destroem os centros onde cultos de minorias são praticados, depois voltam para matar. O fundamentalismo não tolera a pluralidade e a diversidade, para ser único tem que eliminar o outro, pois esse é o diabo inimigo da fé e da nação.
Esse movimento cresce nos EUA e alguns países europeus onde a extrema direita está se fazendo forte. No Brasil tal fenômeno ocorre quando se tem uma máquina sócio religiosa composta por Edir Macedo (Universal), Silas Malafaia (Assembleia de Deus Vitória em Cristo) e Valdemiro Santiago (Igreja Mundial) todos se referem a Bolsonaro como “aquele que foi escolhido por Deus” para governar, ou aquele que foi “preservado por Deus” quando da facada, ou quando perdeu as eleições, “uma batalha espiritual”, ainda assim “Deus tem um plano para ele” porque ele defende a família ideal cristã, nada de abortos, inclusão social, ou religiões minoritárias; negros, indígenas e quilombolas estão fora, é a prática do ódio aos diferentes, uma “guerra dos deuses” conquistando fieis pela propagação do medo daqueles que são terroristas, comunistas e petistas podendo reagir violentamente contra esses grupos dizendo ser em legítima defesa.
O avanço de tal teologia ameaça democracia e nossas instituições. Talvez possamos identificá-los como sacripantas, aqueles velhacos que se vestem com pele de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores.
Os cristofascistas ainda argumentam que “Deus tem um plano para ele (Bolsonaro)”. Qual será esse plano de Deus a salvação ou a condenação? Vamos aguardar.





