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A República

Algum tempo atrás, um programa de tv foi até a porta da Assembleia Legislativa de São Paulo e como era nessa mesma época, seus entrevistadores começaram a perguntar para os deputados espontaneamente, o que era a República. Muitos dos ilustres não sabiam, tiveram os que enrolaram, outros explicaram.
O Brasil tornou-se independente de Portugal em 7 de setembro de 1822, seguiu-se a partir daí 67 anos de Império (com um breve hiato regencial, 9 anos). Nesse período imperial o monarca mandava absoluto, no caso brasileiro D. Pedro II, detinha o poder em todas as esferas, inclusive sobre a Igreja. Sua vontade era soberana e inquestionável.
A República é a antítese da Monarquia, ela rejeita categoricamente a concepção autoritária, os governantes eleitos representam o Estado e o povo são os cidadãos que a ele pertencem.
No Brasil, essa percepção sobreveio em 15 de Novembro de 1889, cem anos após a Revolução Francesa que foi um marco para a história da humanidade.
Desgastado com os fazendeiros, com a Igreja e com os militares, D. Pedro II retirou-se para sua cidade, Petrópolis e o Marechal Deodoro não titubeou, reuniu as tropas e aplicou um golpe militar com reduzido grupo civil e sem nenhuma participação popular. O povo assistiu a tudo “bestializado” sem consciência alguma do que estava acontecendo. A República agiu como um bisturi num tumor já maduro. O tempo viria consagrá-la.
Na época da proclamação o Brasil tinha 10 milhões de habitantes, destes 1,5 milhão eram escravos, a exclusão social era brutal e a maioria esmagadora da população era analfabeta, sequer possuíam qualquer tipo de documento. Mas mesmo assim, tivemos em 1891 a nossa primeira constituição republicana que apesar de suas limitações instituiu o presidencialismo, a independência dos poderes, a separação do Estado da Igreja, o voto que não era secreto etc.
Aos solavancos, a República foi se delineando, ora castigada por Getúlio Vargas, ora torturada pelos militares, mas ela foi vencendo todas as batalhas e saindo cada vez mais fortalecida. Melhor e mais bonita ela se apresenta ao povo brasileiro, pois a ele, ela pertence.
Porém, para seguirmos nesse regime, que hoje é o mais aceito no mundo, muitas vantagens duvidosas devem ser sacrificadas em nome do bem comum, assim fazendo fortalecemos nossas instituições e com confiança estendemos nossas mãos à mão segura da República que nos conduzirá pelas veredas da tão sonhada liberdade.