2.021 já vai começar sem festa. Afinal, o que mais se espera no Reveillon são abraços, beijos, descontração, cantoria, celebração e… aglomeração, né mesmo?
A festa de Reveillon mais famosa do Brasil, e uma das mais conhecidas no mundo todo, é a queima de fogos de Copacabana, e já está cancelada, assim como a da Avenida Paulista. Ah, aquela da Times Square de Nova Iorque, e da Torre Eiffel em Paris também não serão vistas nessa passagem de ano.
As celebrações públicas estão canceladas, mas sabemos que as festas particulares inevitavelmente irão ocorrer, e a expectativa é de um primeiro trimestre de 2021 com muitas dificuldades para toda a sociedade.
Estamos acompanhando o dia a dia da evolução da aprovação de uma vacina eficaz e segura, e a expectativa é de que a aplicação em grande escala, se tudo der certo, só ocorrerá até o meio do ano que vem, e até lá passaremos por uma nova grande onda de Covid-19 em todo mundo, onda essa que já é realidade na Europa e Estados Unidos.
Aqui no Brasil, além das festas do Reveillon, que inevitavelmente causarão aglomerações e disseminação do vírus, estaremos em período de férias escolares, verão com muita praia e piscina, e o Carnaval, evento ideal para o vírus desfilar sua capacidade de contágio. Será uma prova de fogo para nossa estrutura de saúde pública, que já está de sobreaviso.
Como sabemos, a pandemia é uma crise estrutural, e não somente de saúde pública, e ao engatar uma nova onda de contaminação no início do próximo ano, o vírus encontrará um cenário que poderá deixar um estrago muito grande, talvez maior do que na primeira onda deste ano. Digo isso porque no início do ano os custos das famílias aumentam (IPTU, IPVA, gastos escolares, gastos de final de ano, etc…), e o governo federal não sabe se poderá manter um auxílio emergencial (o teto de gastos já está no limite), e a bomba naturalmente cairá no colo das administrações municipais, com a maior demanda dos serviços públicos na saúde, farmácia municipal, assistência social para as famílias em situação vulnerável, a queda da atividade econômica com a consequente diminuição de arrecadação, e, principalmente, o aumento do desemprego.
Ou seja, quanto mais nos prevenirmos contra a Covid-19, menor será o impacto em nossas vidas, seja na saúde ou na economia. A melhor coisa a se fazer agora, pelo menos a mais sensata, é se preparar para uma nova turbulência, controlando não somente os riscos de contágio, mas também os gastos desnecessários neste momento, e aguardarmos alertas a chegada da tão esperada vacina, que nos trará condições de recuperação gradual e constante. Tenhamos consciência disso!